Trump entra com processo contra o New York Times por difamação e calúnia devido a diversos artigos
Além do jornal, ação também alcança editora que publicou livro sobre o presidente e 4 jornalistas
Foto: Official White House Photo by Joyce N. Boghosian
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que entrou com um processo contra o jornal americano New York Times, quatro jornalistas do mesmo veículo e uma editora, Penguin Random House. Ao todo, o mandatário pediu, ao menos, US$ 15 bilhões (cerca de R$ 79,8 bilhões) em indenização por difamação e calúnia. A ação foi registrada em um tribunal federal do estado da Flórida, no início da semana (15). As informações foram divulgadas pela agência britânica Reuters e do portal InfoMoney.
A ação se refere a diversos artigos publicados pelo jornal, que incluem, principalmente, um editorial publicado antes das eleições de 2024, onde classificavam o atual presidente como inapto para o cargo. Já a editora, entrou no caso por conta do lançamento do livro “Lucky Loser: How Donald Trump Squandered His Father’s Fortune and Created the Illusion of Success” (Perdedor sortudo: como Donald Trump desperdiçou a fortuna de seu pai e criou a ilusão de sucesso, em tradução livre), lançado no mesmo período das matérias do NYT.
“Os réus publicaram maliciosamente o livro e os artigos sabendo que estavam cheios de distorções repugnantes e fabricações sobre o presidente Trump”, diz o documento apresentado à Justiça.
A defesa do 45° e 47° presidente dos Estados Unidos aponta que tanto os materiais jornalísticos como o livro prejudicaram significativamente a reputação pessoal, empresarial e profissional de Donald Trump, impactando economicamente seus negócios. De exemplo, o processo cita a desvalorização das ações da Trump Media and Techology Group (TMTG).
“Hoje tenho a grande honra de abrir um processo de US$ 15 bilhões por difamação e calúnia contra o New York Times”, escreveu Trump em sua rede Truth Social. Ele ainda acusou o jornal de mentir sobre sua família, seus negócios e sobre movimentos republicanos como o Make America Great Again.
O processo acontece poucos dias após Trump ter ameaçado abrir outro processo contra o jornal pelas reportagens relacionadas ao seu envolvimento com o financista Jeffrey Epstein, condenado por crimes sexuais no ano de 2008. Jeffrey morreu em 2019 na cadeia.
Donald Trump afirma ter cortado relações com Jeffrey no ano de 2006, tempos antes dos processos judiciais. Entretanto, reportagem feita pelo New York Times contesta essa versão, apresentando evidências de que o laço entre os dois continuou até o falecimento do banqueiro, adjetivando o presidente como "melhor amigo" de Epstein.