Paralisação nos EUA já resulta em mais de 4 mil demissões de funcionários federais
Paralisação do governo americano, em seu 15º dia, atinge funcionários civis e provoca disputas jurídicas sobre cortes
Foto: Jim WATSON / POOL / AFP
Após a paralisação conhecida como “Shutdown”, o governo dos Estados Unidos já demitiu 4.108 funcionários, segundo declaração apresentada na terça-feira (14) pelo Departamento de Justiça. Com duas semanas de duração, o número representa uma redução em relação à estimativa anterior, que previa a demissão de pelo menos 4.278 pessoas.
Os cortes correspondem a uma pequena fração da força de trabalho do governo americano, que contava com cerca de 2 milhões de civis no início do governo Donald Trump. Trata-se da paralisação mais longa registrada no atual governo, chegando ao 15º dia nesta quarta-feira (15).
O presidente vem tentando pressionar os democratas, seu partido de oposição, a aceitarem seu plano de gastos, enquanto realiza demissões e cortes de programas considerados favorecidos pelos adversários políticos.
Em 44 anos, os Estados Unidos registraram 15 paralisações nacionais. Nenhum presidente havia usado um shutdown como justificativa para demissões em larga escala. Especialistas afirmam que os cortes interrompem operações essenciais do governo, como investigações sobre surtos de doenças.
Os sindicatos dos servidores federais recorreram à justiça para anular as demissões, argumentando que, pela lei, agências do governo não podem realizar funções sem financiamento aprovado pelo Congresso, exceto em casos de segurança nacional ou serviços essenciais à proteção da vida e da propriedade.
Segundo as entidades, as demissões não se enquadram como serviço essencial, já que a maioria dos funcionários foi dispensada sem remuneração, tornando os cortes injustificados durante a paralisação.