Itamaraty repudia acusação de antissemitismo por parte de ministro israelense contra Lula
Governo brasileiro cobrou responsabilidade de Israel sobre os 63 mil mortos palestinos em Gaza
Foto: Sérgio Lima
Nesta terça-feira (26), o Ministério das Relações Exteriores (MRE) repudiou de forma dura as declarações do ministro da Defesa e ex-chanceler israelense, Israel Katz, que fez sérias acusações contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em suas redes sociais, Katz afirmou que Lula é “antissemita declarado” e “apoiador do Hamas”, grupo palestino que conflita com o Estado de Israel na Faixa de Gaza.
As acusações acontecem após mais uma crítica do petista contra o "genocídio" praticado por Israel na Faixa de Gaza e afirmou que crianças são assassinadas no território palestino “como se estivessem em guerra”.
O presidente brasileiro é "persona non grata" em Israel desde fevereiro de 2024, quando classificou as mortes de civis em Gaza como genocídio publicamente pela primeira vez. Na ocasião, o presidente retirou de Israel o embaixador Frederico Meyer, que ocupava o principal posto da representação brasileira em Tel Aviv e, em um gesto político, ninguém foi indicado para ocupar a embaixada na capital israelense.
O Itamaraty, por sua vez, se posicionou oficialmente diante das declarações do ministro da Defesa de Israel.
“Como ministro da Defesa, o senhor Katz não pode se eximir de sua responsabilidade, cabendo-lhe assegurar que seu país não apenas previna, mas também impeça a prática de genocídio contra os palestinos”, afirmou o MRE, destacando também que as operações militares israelenses em Gaza já resultaram na morte de 63 mil palestinos, dos quais um terço são mulheres e crianças.
Além disso, na segunda-feira (25), o Itamaraty condenou os bombardeios de Israel contra o hospital Nasser, na cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. Os ataques provocaram a morte de ao menos 20 palestinos, fora outras dezenas de pessoas que ficaram feridas.
“Espera-se do Sr. Katz, em vez de habituais mentiras e agressões, que assuma responsabilidade e apure a verdade sobre o ataque de ontem contra o hospital Nasser, em Gaza”, disse o MRE.
O Itamaraty ainda afirmou que Israel está sob investigação da Corte Internacional de Justiça por suspeita de violação da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio.