Cinco jornalistas morrem em novo ataque de Israel em Gaza
Israel acusou um dos jornalistas de liderar uma célula do grupo terrorista Hamas
Foto: Reprodução / Redes Sociais
O Exército de Israel informou, no domingo (10), que matou cinco jornalistas da emissora Palestina Al Jazeera durante um novo ataque em Gaza. Entre uma das vítimas estava Anas Al-Sharif, de 28 anos, acusado pelo país judeu de liderar uma célula do grupo Hamas e de promover ataques de foguetes contra civis e tropas israelenses.
Além dele, outro jornalista e dois cinegrafistas também foram mortos na ofensiva. Eles foram identificados como Mohammed Qreiqeh, Ibrahim Zaher e Mohammed Noufal e Moamen Aliwa. O grupo estava em uma tenda próxima ao Hospital Al-Shifa, no leste de Gaza, quando ocorreu o ataque, que também danificou a entrada do setor de emergências da unidade.
Em nota, a emissora Al Jazeera se pronunciou sobre o ataque e classificou Sharif como "um dos jornalistas mais corajosos de Gaza" e afirmou que o ataque é mais uma "tentativa desesperada de silenciar vozes em antecipação à ocupação de Gaza".
O curioso é que Anas Al-Sharif deixou uma carta escrita em 6 de abril para ser publicada nas redes sociais caso viesse a falecer. Na carta, compartilhada em inglês e em árabe em seu perfil no X (antigo Twitter), Al-Sharif diz que dedicou todos os esforços para ser um apoio e uma voz para o seu povo. Ele expressa o desejo de viver o suficiente para retornar à sua cidade natal, Asqalan (Al-Majdal), ocupada pelo Exército de Israel, junto à família e entes queridos.
"Vivi a dor em todos os seus detalhes, experimentei o sofrimento e a perda muitas vezes, mas nunca hesitei em transmitir a verdade como ela é, sem distorção ou falsificação — para que Alá possa testemunhar contra aqueles que permaneceram em silêncio, aqueles que aceitaram nossa matança, aqueles que nos sufocaram e cujos corações não se comoveram diante dos restos mortais dispersos de nossas crianças e mulheres, sem fazer nada para impedir o massacre que nosso povo enfrenta há mais de um ano e meio", diz Al-Sharif.