MP processa Claudia Leitte e pede R$ 2 milhões por alteração de letra

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) moveu uma ação contra a cantora Claudia Leitte pedindo uma indenização de R$ 2 milhões. Sob acusação de discriminação religiosa, a cantora trocou o verso da música Caranguejo, substituindo a expressão “saudando a rainha Iemanjá” por “eu canto meu rei Yeshua”, que significa "Jesus" em hebraico, remetendo a religião da artista.

Assinada pela promotora Lívia Maria Santana e Sant’Anna Vaz, da Promotoria de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa, e por Alan Cedraz Carneiro Santiago, promotor de Justiça e coordenador do Núcleo de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Nudephac), a iniciativa visa que o valor pedido seja destinado ao Fundo Estadual de Defesa dos Direitos Difusos ou a entidades representativas das religiões de matriz africana.

Segundo a acusação, a mudança da letra feita por Claudia Leitte é relacionada à conversão religiosa da artista e à sua filiação “as denominações neopentecostais, cuja tônica discursiva se assenta na conhecida desqualificação, difamação e satanização das religiões afro-brasileiras”.

Na visão do Ministério Público, a alteração do verso apresentado pela cantora "não decorreria de criação artística ou de um genuíno sentimento pessoal dos autores, mas sim de uma motivação discriminatória, explícita e improvisada, traduzida em desprezo, repulsa e hostilidade em relação às religiões afro-brasileiras”.