Separação de casais: como o divórcio impacta a rotina dos filhos
No Brasil, o número de divórcios tem aumentado ano após ano
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O fim de um casamento nunca é fácil. E quando há filhos no meio, o cuidado precisa ser ainda maior. No Brasil, o número de divórcios tem aumentado ano após ano. Em 2023, segundo o IBGE, mais de 440 mil casais se separaram legalmente. Desse total, mais da metade tinha pelo menos um filho menor de idade. Ou seja, milhares de crianças e adolescentes passaram a viver em uma nova realidade: com pais em casas diferentes, rotinas diferentes e, muitas vezes, enfrentando dúvidas e inseguranças.
A separação pode mexer muito com o emocional dos filhos. Em muitos casos, eles percebem o clima tenso em casa antes mesmo de os pais anunciarem a decisão. E, quando isso acontece, surgem sentimentos como tristeza, medo, raiva e até culpa. Algumas crianças acham que fizeram algo errado ou que precisam escolher um dos lados. Outras acabam sofrendo com mudanças na escola, com a distância de um dos pais ou com a instabilidade na nova rotina.
Pesquisas mostram que, além do impacto emocional, muitas famílias enfrentam também dificuldades financeiras depois da separação. Isso acontece porque, em muitos casos, a renda que antes era dividida entre os dois passa a ser sustentada por apenas um. De acordo com estudos recentes, mais de 60% das famílias chefiadas por mães solo no Brasil vivem com renda abaixo do ideal. Isso afeta diretamente a qualidade de vida dos filhos, desde a alimentação até o acesso à educação e ao lazer.
Mesmo diante de tantos desafios, é possível tornar esse processo menos doloroso. Uma das alternativas que tem ganhado força nos últimos anos é a guarda compartilhada. Ela permite que os dois pais continuem presentes na criação dos filhos, mesmo que não morem mais juntos. Antes de 2014, esse modelo era pouco comum, mas hoje ele representa mais de 40% dos casos registrados no país. Em alguns estados, como o Distrito Federal, esse número ultrapassa os 60%.
A guarda compartilhada ajuda a manter o equilíbrio e reduz os efeitos negativos da separação. Mas ela só funciona quando há diálogo, respeito e compromisso dos dois lados. Os filhos precisam se sentir seguros e amados. Eles não podem ser usados como ponte para recados ou pressionados a tomar partido. É importante que continuem frequentando a escola, convivendo com os amigos, e que saibam que ainda têm o apoio dos dois pais mesmo que a família tenha mudado de forma.
Celebridades como Bianca Andrade, conhecida como Boca Rosa, e o influenciador Fred são exemplos de pais separados que mantêm uma boa convivência pelo bem do filho. Depois do fim do relacionamento, eles continuaram dividindo as responsabilidades com o pequeno Cris e fazem questão de mostrar, nas redes sociais, que a parceria na criação continua. Outro exemplo é o da atriz Grazi Massafera e do ator Cauã Reymond, que se separaram em 2013, mas mantêm uma relação respeitosa e próxima para cuidar da filha, Sofia.
Esses casos mostram que, mesmo com o fim do casamento, a parceria como pais pode e deve continuar. Separar-se não precisa ser sinônimo de conflito. Com diálogo, carinho e atenção, é possível garantir que os filhos passem por esse momento com mais leveza e segurança.