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Remo na série A: O retorno com a força de um clube, de uma torcida e de uma região

Remo na série A: O retorno com a força de um clube, de uma torcida e de uma região

Retorno do Remo 32 anos depois, é o primeiro de um clube da região Norte desde o Paysandu em 2005

| Autor: Lucca Anthony

Foto: Reprodução / @clubedoremo

A segunda divisão nacional de futebol do Brasil, mais conhecida como Brasileirão Série B, é a segunda melhor liga que existe no país. Muitas vezes esquecida por não contar com os maiores times, ela traz grandes histórias que precisam ser contadas, ano após ano, mostrando que "times menores" ou "torcidas mais modestas" podem sim viver momentos de glória em busca do maior objetivo, poder competir na elite do futebol brasileiro. E foi o que aconteceu nesta edição de 2025, recentemente encerrada. Contando com o retorno de tradicionais times como o Coritiba e o Athletico-PR, além da querida Chapecoense, a história que mais encanta os amantes do esporte - independentemente de qual região seja e qual time torça - é o retorno do Remo, de Belém, Pará, 32 anos depois, levando a cultura nortista e a paixão sem igual da torcida ao maior palco nacional. 

IMPACTO NA REGIÃO 

Antes de tudo, é de extrema importância destacar o poder do retorno do Remo aos holofotes, já que, levando consigo suas cores e bandeiras, também carrega o nome de seu estado e da região norte, um local muitas vezes esquecido e esnobado pelo restante do Brasil. Consequentemente, ao participar dos duelos da série A, o Remo vira notícia de âmbito mais nacional - logo que enfrentará equipes de todas as regiões do país -, aparecendo com mais frequência nos noticiários esportivos e em jogos da TV aberta em horário nobre, feito ocorrido pela última vez somente em 1994, e agora, pela primeira vez nos pontos corridos. Com isso, seu estado automaticamente também ganhará relevância, aumentando sua visibilidade e destacando sua cultura, gastronomia e atrativos em todo o país, como ocorreu recentemente na COP 30. 

Além dos impactos por conta da visibilidade jornalística, também contará com a do próprio futebol. Isso ocorrerá devido a turistas das torcidas adversárias que irão acompanhar seu time no Baenão (estádio do Remo) ou no Estádio Olímpico do Pará - conhecido como Mangueirão - e consequentemente trará verba para a cidade ao visitar pontos turísticos, ocupando hotéis, bares e restaurantes.  

Inclusive, mesmo na série B, o clube viveu lindos momentos que repercutiram em todo o Brasil, devido a um grande fator: sua torcida. Grandes sites de notícias como a ESPN ou GE, ou influenciadores como Braune, mostraram durante a temporada a grande festa da torcida remista. 

TORCIDA APAIXONADA E UM TRABALHO A LONGO PRAZO 

Mesmo o clube passando por momentos difíceis nos últimos anos e necessitando de uma reestruturação, a torcida acreditou no processo e nunca abandonou o clube. Resultado: os remistas se tornaram um exemplo de torcida que apoia dentro do Brasil, demonstrando em sua festa, mosaicos e comemoração como apoiar o clube que ama.

Agora, o Remo conseguiu se consolidar e consertar os problemas de gestão que atrapalhavam o crescimento para desempenhar um futebol de alto nível. Iniciando um processo de reestruturação administrativa em 2019, com o até então presidente Fábio Bentes, o clube paraense buscava se ajustar internamente para ter uma base sólida antes de arriscar grandes passos. Montando um planejamento e investindo corretamente em jogadores e profissionais - ao invés de contratar muitos atletas "somente por nome" - a nova gestão de Antônio Carlos Teixeira soube seguir os mesmos planos anteriores e dar continuidade no trabalho, o que culminou em uma diretoria coesa e coerente. 

Entretanto, o início de 2025 foi bastante difícil para a equipe. No meio da tabela, o Remo sofria para vencer e tinha problemas de comportamento no elenco - com insatisfações, disavenças, etc. -, mas tudo foi resolvido com a chegada de Marcos Braz (ex-vice-presidente do Flamengo) que reformulou a parte "futebolística" e acertou com nomes experientes, como foi o caso do técnico Guto Ferreira (ex-Bahia), no lugar do português António Oliveira. 

O Remo se transformou em uma eventual potência para os próximos anos, principalmente por já contar com dois tópicos principais: uma torcida apaixonada que nunca abandonará o clube, independente da fase, e uma gestão competente com experiência dentro do esporte, prometendo colher bons frutos no futuro. Óbvio, não será nada fácil, e dificilmente a equipe se tornará o "novo Mirassol" na próxima temporada de 2026, mas com toda a certeza será um grande incômodo para os gigantes já consolidados na elite e pode surpreender muitas pessoas, levando a força do Pará e da Amazônia para todo o Brasil.

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