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Dia Nacional do Samba celebra tradição, identidade e resistência da cultura brasileira

Dia Nacional do Samba celebra tradição, identidade e resistência da cultura brasileira

Com raízes africanas e forte identidade cultural, o samba segue vivo nas novas gerações e será tema central do Carnaval da capital baiana

| Autor: Bruno Oliveira

Foto: Leto Carvalho

Hoje, o Brasil comemora o Dia Nacional do Samba, uma data dedicada a um dos gêneros musicais mais emblemáticos do país. Criado oficialmente em 1963, o dia 2 de dezembro se tornou uma oportunidade de homenagear compositores, intérpretes, ritmistas e todos os artistas que mantêm viva uma expressão cultural que atravessou séculos e fronteiras.

A escolha da data tem origem baiana e foi criada para celebrar o compositor Ary Barroso. Apesar de carioca, ele compôs o célebre “Na Baixa do Sapateiro”. A força da música e seu impacto cultural motivaram a criação da celebração, que rapidamente se espalhou pelo país.

Mais do que música: história e resistência

O samba nasceu do encontro entre ritmos africanos e tradições brasileiras, consolidando-se nos terreiros, rodas e comunidades negras que, por muito tempo, foram marginalizadas. Durante o século XX, o gênero enfrentou preconceito, repressão policial e tentativas de censura, desafios que reforçaram seu caráter de resistência.

Hoje, o samba é reconhecido como patrimônio cultural imaterial e segue como símbolo de identidade nacional. Presente nas escolas de samba, nas rodas dos bairros e nos palcos das grandes metrópoles, o ritmo segue unindo gerações.

Carnaval de Salvador 2026 será dedicado ao samba

Em 2026, o Carnaval de Salvador prestará homenagem ao samba, destacando sua importância para a Bahia e para o país. A cantora Sarajene celebrou a escolha e lembrou da força ancestral do gênero.

“O samba é a célula-mãe. Fiquei muito feliz em saber que ele será homenageado. Os irmãos que vieram da África, escravizados, trouxeram o samba, que foi a primeira manifestação. Depois, os baianos que foram para o Rio de Janeiro levaram esse ritmo para as rodas de Mãe Ciata, onde já aconteciam encontros de grandes sambistas”, afirmou.

A artista também destacou a influência do samba na formação de outros ritmos musicais.

“O samba é nossa casa, é nossa terra. E, quando você observa, por exemplo, o samba carioca, nota influências que dialogam com a cultura dos Estados Unidos. A bossa nova, o samba funk e tantos outros estilos carregam células da música preta americana. Mas tudo vem da África: do rock ao reggae, do jazz ao blues. Essa célula-mãe é essencial.”

Legado vivo

O Dia Nacional do Samba também celebra o legado de grandes nomes como Dona Ivone Lara, Nelson Cavaquinho e Clementina de Jesus. Ao mesmo tempo, ressalta o papel das novas gerações, que renovam o gênero sem perder sua essência. Com a força das plataformas digitais e das novas linguagens musicais, jovens artistas ampliam o alcance do samba e fortalecem sua presença entre diferentes públicos.

Mais do que uma celebração, a data reafirma a importância de preservar e valorizar um dos pilares culturais do Brasil.

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