Carpini vê vexame do Vitória, mas não teme demissão: 'Não jogo a toalha'
Técnico precisará buscar nova solução para melhorar o futebol do Leão
Foto: Samara Figueiredo/ GE
Mais uma vez, o Vitória fez um jogo muito abaixo, da mesma forma feita no último jogo contra o Vasco da Gama, no final do primeiro semestre. O problema é que a derrota da vez custou a eliminação da Copa do Nordeste, sendo vencido por 1 a 0 pelo Confiança. Rafinha marcou o único gol da partida já nos acréscimos e sacramentou a queda precoce do time baiano após o período de pausa para a disputa da Copa do Mundo de Clubes da Fifa. No final do jogo, o técnico Thiago Carpini foi bastante vaiado pela torcida.
"O que você ouviu do torcedor, eu também ouvi. Eu estava no campo também. O torcedor tem o direito. Eu sou o comandante, e o torcedor quer buscar culpado. Eu tenho muita culpa e preciso assumir, mas não existe chance nenhuma de entregar o cargo. Zero. Eu vou trabalhar porque isso é minha vida. Nada muda da minha parte", disse Carpini.
Na entrevista coletiva após o jogo, o técnico, que já vinha sendo bastante criticado por maus resultados, chamou a partida de "resultado mais pesado durante meu comando" e analisou o desempenho de seu time ao longo dos 90 minutos de jogo. O Vitória entrou em campo com três zagueiros, foi pouco produtivo e não melhorou ao ganhar mais um atacante na segunda etapa.
"Não é vexatório só para o torcedor, é vexatório para nós também. Talvez a derrota mais pesada que já tivemos aqui no Vitória. O mínimo que devemos é ter vergonha na cara, começando por mim, enquanto comandante", iniciou o técnico.
"A gente fez um jogo abaixo do que quando paramos, a gente estava perto de encontrar um caminho. Hoje cometemos muitos erros. Sobre os reforços para a Copa do Nordeste, a chegada do nosso diretor foi muito perto do fechamento da janela. Depois, foi muito pouco tempo para trabalhar as contratações. E agora não adianta falar do Janderson, que era muito criticado por todos, como a solução para nossos problemas. O Mosquito, o mesmo, tinha uma cláusula e foi embora. Era o desejo do atleta, são coisas que a gente não controla. Mas tudo que aconteceu precisava acontecer, e a gente tem que encontrar um caminho de alguma maneira", lamentou.
O treinador viu, mais uma vez, a torcida pedir a sua demissão, mas garantiu confiando no seu trabalho que vai lutar para melhorar o Vitória nesta temporada. Vale lembrar que, até agora, o Rubro-Negro perdeu o título estadual para o Bahia, caiu para o Náutico na Pré-Copa do Brasil, não passou da primeira fase da Sul-Americana e amarga o 16° lugar no Brasileirão.
"O dia que eu entender que não é mais o caminho, vocês vão saber rápido. Eu não jogo a toalha, eu tenho convicção no meu trabalho. Reconheço que estamos errando, falhando muito, que foi uma noite trágica e vergonhosa, mas em relação à demissão, não tenho medo. Se eu tivesse medo, não teria vindo aqui ano passado. Foi um golpe doído, mas temos que juntar os cacos e seguir trabalhando", disse.
Agora, para Carpini provar que fala sério, precisará derrotar o Internacional fora de casa, às 16h30, pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro.