COB desmente que ex-atleta que agrediu entregadores teria trabalhado na entidade
Sandra Mathias Correia de Sá colocou no currículo que teria trabalhado no comitê em 2022
Foto: Reprodução
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) publicou, nesta quarta-feira (12), uma nota oficial em que desmente Sandra Mathias Correia de Sá, ex-jogadora de vôlei que agrediu dois entregadores no Rio de Janeiro, após ela colocar em seu currículo que trabalhou como supervisora de produção do COB em 2022. A entidade afirma que nunca houve vínculo algum.
"O Comitê Olímpico do Brasil (COB) informa que Sandra Mathias Correia de Sá, acusada de injúria e lesão corporal em dois entregadores no Rio de Janeiro, jamais atuou na entidade como supervisora de produção nem fez parte do seu quadro de colaboradores em qualquer outra função", diz nota do COB.
Sandra tem 53 anos e tem uma escola de vôlei de praia no Leblon. Na terça-feira (11), a Prefeitura do Rio suspendeu a licença da instituição. A Secretaria Municipal de Esportes explicou que a autorização das aulas venceu em dezembro de 2022, e o processo de renovação foi suspenso até que o caso de agressão seja resolvido na Justiça.
As jogadoras de vôlei de praia Maria Clara e Carol Solberg, filhas de Isabel Salgado, se pronunciaram nas redes sociais criticando a postura agressiva de Sandra, que também atuou no vôlei de praia. Maria Clara afirmou que "racismo é crime" e cobrou posicionamento de outros atletas.
"Toda minha solidariedade aos entregadores que foram violentados e atacados pela Sandra Mathias. Racismo é CRIME! Vergonha de ver mais uma ex-atleta cometendo um crime nojento e covarde demais. Nessas horas, penso ainda mais na importância de atletas se posicionarem e usarem suas vozes e plataformas. Da urgência de entendermos que o esporte JAMAIS deveria ou poderia andar distante da política. Que enfiemos todo o ódio gerado pelo último presidente e todos esses, que ao longo dos últimos quatro anos, se alimentaram dos discursos dele, que se sentiram no direito de fazer o mesmo, propagando raiva e violência, ao lugar que merecem: a cadeia", cobrou Maria.
Indignada com as cenas flagradas nas imagens, Carolina Solberg endossou as palavras da irmã, frisando que o esporte deve ser uma plataforma utilizada além das quadras.
"É tanta covardia que a gente vê. Me gera tanta revolta. Fica impossível evitar compartilhar esses casos. Essa mulher é ex-jogadora de vôlei, tem uma escolinha para crianças e adolescentes no Leblon e é a racista e agressora dos entregadores que vimos ontem. Uma mulher como essa não deveria poder transmitir nenhum tipo de ensinamentos a outra pessoa, muito menos a uma criança. Cada vez mais eu tenho certeza da importância de usarmos o esporte para falar muito além do que acontece em campo. Sigo firme que essa também é nossa obrigação. É isso que transforma a sociedade. O esporte e os ensinamentos positivos de dentro e fora das quadras. Combater o racismo é um compromisso de qualquer pessoa. Principalmente de nós, brancos. Racismo mata, de várias formas", alertou Carol.
Campeã mundial de vôlei de praia e atleta olímpica, Maria Elisa também se pronunciou a respeito do assunto. A jogadora classificou Sandra Mathias Correia de Sá como "desequilibrada" e detonou o fato de a veterana atuar como professora de vôlei em uma escolinha na praia do Leblon.