Turnê de Ivete Sangalo vira alvo de disputa judicial com grupo de samba Clareou
Banda carioca acusa cantora de uso indevido da marca e promete levar o caso às esferas cível e criminal
Foto: Reprodução / Redes Sociais
A turnê recém-anunciada por Ivete Sangalo, intitulada Ivete Clareou, tem gerado controvérsias antes mesmo de subir aos palcos. Prevista para percorrer diversas capitais brasileiras em homenagem a grandes nomes do samba, a sequência de shows virou alvo de críticas e ameaça de processo por parte do grupo de samba Clareou, que acusa a equipe da cantora de violar direitos sobre o uso da marca.
Em nota oficial, o grupo afirmou que está adotando “todas as medidas cabíveis, tanto administrativas quanto judiciais, nas esferas cível e criminal” para proteger seus direitos legais.
Ivete protocolou no final de maio um pedido de registro das marcas “Clareou” e “Ivete Clareou” no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). No entanto, o grupo Clareou já detém os registros “Grupo Clareou” e “Clareou” desde 2010.
“O uso do termo ‘Clareou’ pela equipe da cantora se deu sem qualquer consulta ou autorização prévia ao grupo, que detém exclusividade sobre a marca ‘Clareou’, em sua forma nominativa e mista, devidamente registrada no INPI desde 2010”, afirma o comunicado da banda.
A situação gerou confusão entre fãs, que chegaram a questionar nas redes sociais se a nova turnê da baiana teria participação da banda de samba. O grupo, porém, esclareceu que não possui qualquer vínculo com o projeto e classificou a atitude como indevida.
Ainda de acordo com o posicionamento oficial, o registro da marca garante ao grupo Clareou “o uso exclusivo da marca dentro da classe de Nice correspondente ao segmento de entretenimento e atividades musicais, o que abrange turnês, shows e eventos relacionados”.
Os advogados do grupo informaram que tentaram resolver a situação de forma amigável, buscando contato com a equipe de Ivete. No entanto, sem avanço no diálogo, a disputa deverá seguir para a Justiça. “A equipe da artista persistiu no uso não autorizado da marca”, diz outro trecho da nota.
A defesa do grupo também argumenta que a tentativa da cantora de registrar a marca configura uma “clara violação de direitos marcários”, e finaliza com um tom de indignação: “O Grupo Clareou expressa seu profundo desconforto e repúdio ao uso indevido de sua marca. Tal conduta caracteriza, além de concorrência desleal, um gesto de desprezo pela história do grupo, que conquistou seu espaço de forma legítima e sólida no cenário nacional do samba”.