Nego Di fala pela primeira vez após condenação e se diz inocente: 'Eu também fui enganado'
Humorista foi condenado a 11 anos e dez meses de prisão
Foto: Reprodução / Record
O humorista Dílson Alves da Silva Neto, mais conhecido como Nego Di, decidiu revelar detalhes pela primeira vez e falar sobre sua prisão que resultou em 11 anos e dez meses de condenação por estelionato.
Em entrevista para Roberto Cabrini, no Domingo Espetacular, o comediante afirmou ser mais uma das vítimas do sócio Anderson Bonetti no golpe envolvendo uma loja virtual que lesou mais de 370 pessoas. Além disso, ele comentou sobre a polêmica "doação", onde afirmou ter doado cerca de R$ 1 milhão, mas as movimentações de seu banco mostram que foram somente entregues R$ 100.
"Eu tenho consciência de que, através de mim, um estelionatário acabou enganando pessoas. E eu gostaria de dizer que sinto a dor dessas pessoas porque eu vim do mesmo lugar dessas pessoas", afirmou ao revelar como se sentiu ao ser preso. "Eu comecei a minha vida no fundo do poço. Sou filho único, de mãe solteira. Morei a vida inteira de aluguel, fui despejado várias vezes. Consegui ascender e, quando eu achei que estava no meu melhor momento, e realmente estava, a minha vida desabou", continuou.
"Eu estava sendo transportado numa viatura, algemado, vendo o mundo pelo vidro de um camburão. Pra mim, aquilo foi uma vergonha. Eu fui para o pior lugar que o ser humano pode ir, que é a prisão. Pior que isso, acho que só o cemitério", completou.
O humorista também apontou que se sentiu tão afetado, que ficou 72 hrs sem comer e precisou de remédios para dormir.
O GOLPE
Em relação ao golpe aplicado na loja online, ele garantiu que em momento nenhum tinha ideia sobre o que iria acontecer. "Não faria sentido eu acordar um dia e decidir 'vou dar um golpe nos meus seguidores', isso não existe."
"A loja não era minha. Eu confiei numa pessoa que eu não conhecia direito, ele é um estelionatário profissional, não dá golpezinho. Eu queria que as pessoas comprassem porque eu também acreditava nele", defendeu Nego Di, que em suas postagens afirmava ser dono da loja.
"Ele tinha feito uma proposta para que eu fosse sócio dele, mas nunca me mandava os contratos. Quando eu descobri que era um golpe, eu coloquei a cara dele nas redes, porque ninguém conhecia, ele não era uma pessoa pública como eu. Eu botei a cara dele, falei onde ele morava, expus à esposa dele, aí ele parou de me responder. Todo mundo me chamou de golpista, de estelionatário, e três anos depois ele vem pedir desculpas e falar que foi sem querer?".
FALSA DOAÇÃO AO RIO GRANDE DO SUL:
Em um determinado momento, Cabrini comentou sobre as falsas doações para o Rio Grande do Sul, na época das enchentes e Nego Di falou sobre.
"Essa história precisa ser contextualizada. Porque ela causou mais impacto na minha vida do que a minha prisão. Me processaram por uso de documentos falsos, sendo que não existe alguém lesado por isso", se defendeu.
Ele garantiu que fez uma doação maior do que a que passou a ser divulgada. "Teve uma ideia de criar um comprovante simbólico de R$ 1 milhão. Eu doei metade desse valor e acordei de pagar o resto parcelado".