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Tilápia e Camarão-Branco podem ser consideradas "espécies invasoras" no Brasil

Tilápia e Camarão-Branco podem ser consideradas "espécies invasoras" no Brasil

Setor foi responsável por quase R$15 bilhões no mercado nacional em 2024

| Autor: Redação/Varela Net

Foto: Reprodução

O mercado de aquicultura brasileiro está em alerta: há uma proposta em análise que poderá classificar espécies como Tilápia e Camarão?branco como “invasoras” e sujeitas a restrições que podem dificultar sua produção e comercialização no país. 

Representantes da indústria aqui do país alertam que, caso a iniciativa avance, haverá forte impacto econômico: produtores, frigoríficos e varejistas podem enfrentar custos mais elevados, além de perdas de empregos e retração na oferta de peixes de água doce e camarões criados em cativeiro. O setor também destaca que o consumo dessas espécies é uma alternativa importante de proteína animal e acessível à população.

A tilápia representa a principal espécie cultivada em piscicultura no Brasil: em 2023 ela correspondia a 67,5% da produção nacional de peixes de cultivo. No ano seguinte, a produção foi de aproximadamente 499,4 mil toneladas, o que representa cerca de 68,9% da produção nacional de peixes de cultivo. No conjunto da aquicultura (peixes cultivados + outras espécies), o setor registrou um valor de produção para 2024 de R$ 11,7 bilhões, com crescimento de 15,4%. 

Já a produção de camarão cultivado em cativeiro no Brasil atingiu cerca de 146,8 mil toneladas em 2024, crescimento de 15,2% em relação ao ano anterior. O valor de produção desse setor no mesmo ano foi de aproximadamente R$ 3,1 bilhões. A produção está fortemente concentrada na Região Nordeste: cerca de 99,7% da produção nacional de camarão cultivado vem dessa região, com destaque para o Ceará (57,1%) e também para o Rio Grande do Norte (21,5%).

Do ponto de vista ambiental, os defensores da proposta alegam que a restrição ajudaria a preservar ecossistemas aquáticos vulneráveis à introdução de espécies que não são originalmente locais, como a própria tilápia. No entanto, técnicos e cientistas da piscicultura argumentam que a tilápia de criação já está amplamente integrada à aquicultura nacional e que os efeitos reais da medida podem ser “desproporcionais” aos riscos apontados.

Enquanto a discussão se desenrola, produtores e entidades do setor cobram maior clareza dos órgãos reguladores e a construção de uma transição que minimize os efeitos negativos. Se as mudanças forem aprovadas, será necessário observar cronograma de adoção, eventuais exceções ou fases de adaptação, além de medidas de apoio para os microprodutores que podem ser mais vulneráveis a choques regulatórios.

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