Produtores rurais se posicionam contra tarifa de Trump e apoiam reação do governo Lula
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil classifica taxação de 50% como injusta e alerta para prejuízos econômicos bilaterais
Foto: Divulgação / Sítio Pema
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou, nesta quinta-feira (10), uma nota oficial em que critica duramente a decisão dos Estados Unidos de elevar para 50% a tarifa sobre produtos brasileiros. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, foi considerada injustificável pela entidade, que também manifestou apoio à reação do governo Lula.
“Esta medida unilateral não se justifica pelo histórico das relações comerciais entre os dois países, que sempre se desenvolveram em clima de cooperação e de equilíbrio, em estrita conformidade com os melhores princípios do livre comércio internacional”, diz um trecho do comunicado divulgado pela CNA.
Com a nova imposição, o Brasil se tornou o país mais penalizado entre os 22 afetados pela rodada de aumentos tarifários anunciada na última quarta-feira (9). A nova alíquota entrará em vigor a partir de 1º de agosto.
Esta não é a primeira vez que produtos brasileiros são alvo de sanções comerciais por parte do governo norte-americano. Em abril deste ano, o país já havia sido atingido por um reajuste tarifário que elevou em 10% a taxação de algumas mercadorias.
O posicionamento da CNA reforça o desconforto do setor agropecuário, que teme perdas bilionárias no comércio exterior. Os Estados Unidos são atualmente o segundo maior destino das exportações brasileiras, ficando atrás apenas da China. Em 2024, as vendas brasileiras ao mercado americano totalizaram R$ 40,6 bilhões.
Entre os principais produtos exportados estão o café, a carne bovina, a soja, além de frutas e vegetais — todos setores que agora podem ser diretamente impactados pela nova medida protecionista.
A manifestação da CNA marca um raro alinhamento público do agronegócio com o Palácio do Planalto, num momento em que o governo Lula busca mobilizar diferentes setores para pressionar por uma reversão da decisão de Trump e reforçar a imagem do Brasil como parceiro comercial confiável.