Técnicas de enfermagem são presas por levarem celulares para a Lemos de Brito
Elas confessaram ter participado do crime; ação pagava até R$ 50 mil por aparelho
Foto: Reprodução/TV Bahia
Segundo o Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) da Bahia, as 12 prisões na Operação Disciplina, deflagrada na terça-feira (26), desmontam um esquema que pagava cerca de 50 mil reais por aparelho, para ingressar telefones-celulares no Complexo Penitenciário de Mata Escura, em Salvador.
Duas técnicas de enfermagem estão entre as pessoas detidas e a polícia informou que elas confessaram ter participado do crime.
Conforme a investigação, quatro detentos, incluindo dois chefes de uma facção criminosa, com passagem pelo Baralho do Crime, continuavam ordenando mortes e repasses de drogas de dentro do presídio.
"As duas mulheres foram autuadas, no dia 31 de março deste ano, e com essas informações ampliamos a operação Disciplina. Vamos aprofundar as investigações, pois não podemos descartar o envolvimento de outros servidores da penitenciária", disse o delegado Yves Correia.
Em depoimento, as técnicas de enfermagem revelaram que usavam faixas, por dentro dos sutiãs, para esconder smartphones e carregadores para os aparelhos. De acordo com elas, a ação ocorria durante a noite, pois naquele turno não há revista com inspeção corporal.
"Isso é a algo que preocupa a todos nós porque essas lideranças continuam exercendo seu poder dentro da hierarquia criminosa, incluindo crimes cruéis como homicídios. O valor de um aparelho celular no sistema prisional é muito mais valioso o que faz com que essas pessoas sejam corrompidas", disse o delegado do Draco, Jesus Pablo.
Após entrarem na sala destinada aos cuidados médicos, na ala masculina, as mulheres escondiam os celulares e acessórios embaixo de um armário. As técnicas de enfermagem informaram também que os pagamentos foram feitos em espécie e também por pix, que participavam do esquema desde de julho de 2021. Nove celulares entraram dessa forma no presídio, segundo elas.
Operação deixou três mortos e 12 presos
Durante a operação, três pessoas morreram e outras 12 foram presas, em Salvador e Camaçari. Eles são suspeitos de fazerem parte de um grupo criminoso que "julgava" rivais antes de matá-los.
Das 12 prisões, 11 foram por mandado de prisão e as demais aconteceram em flagrante. A polícia informou que os três homens mortos trocaram tiros com os policiais e acabaram atingidos, foram socorridos para unidades de saúde, mas acabaram indo a óbito.