Homem é agredido na estação de metrô e acusa seguranças de racismo
Caso ocorreu na noite de terça-feira (16), na Estação Rodoviária, e vídeo com agressão circula nas redes sociais. Caso foi parar na delegacia
Foto: CCR Metrô / Divulgação
Um vídeo do trabalhador autônomo Caíque Vitor Paiva, 29 anos, sendo agredido por seguranças da CCR Metrô, na noite desta terça-feira (16), viralizou nas redes sociais e ganhou os jornais de toda a Bahia. O homem, negro, estava na Estação Rodoviária do metrô de Salvador e tentava recarregar o cartão de transporte, mas encontrou todas as máquinas de recarga inutilizadas. De acordo com Caíque, ele foi questionar uma funcionária da empresa sobre a situação, quando foi abordado e imobilizado de forma violenta pelos seguranças. Parte da ação foi filmada. Caíque acusa os seguranças de racismo.
"É racismo. Ele te olha e designa. Diz onde você pode estar e o que você pode fazer", disparou Caíque, que é morador da comunidade do Sertanejo, na região da Rótula do Abacaxi. Ele ainda foi rendido e entregue a policiais militares, que o conduziram até a Central de Flagrantes, onde permaneceu por cerca de três horas, até a madrugada desta quarta-feira (17), sob acusações de desacato. "Os PMs também me hostilizaram", contou.
De acordo com Caíque, ele foi agredido após ter pedido ajudar com o equipamento de recarga. "A única coisa que fiz foi perguntar se alguém poderia me ajudar, ou se somos reféns de máquinas", recorcou.
A atendende, de prenome Adriana, teria chamado Caíque de "duro" e deduzido que ele não teria dinheiro para pagar os R$ 4,10 pela passagem. "Nem me deixaram falar, já foram me segurando e me arrastando para fora dali. Um deles disse: 'Você sabe com quem está falando fora daqui?', para me intimidar". Vitor identificou um dos seguranças, igualmente negro, como Fagundes.
Notas oficiais
Por meio de nota, a CCR Metrô negou que seguranças da concessionária tenham praticado racismo contra o Caíque. A empresa disse que o homem "se exaltou colocando em risco a integridade dos clientes e colaboradores no local", o que contraria a versão de Caíque.
"Por isso, houve a necessidade de intervenção dos agentes para conter o homem e realizar o encaminhamento para delegacia, conforme protocolos de abordagem", diz trecho da nota.
A Polícia Civil informou que Vitor foi conduzido à Central de Flagrantes, onde assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por desacato.
No boletim de ocorrência, com base no depoimento dos seguranças, consta que "o homem se exaltou e chegou a ameaçar funcionários da concessionária". A CCR disse ainda que conta com um programa capacitação para os calaboradores. "Com foco total no atendimento, e que não tolera violência e quaisquer atitudes agressivas com seus clientes e sociedade", conclui o comunicado.
Confira o vídeo