Após crianças serem soterradas em vala de Formosa do Rio Preto, obra é embargada
O caso aconteceu na fazenda Paraíso, conhecida como "Vila dos Coreanos", no povoado de São Marcelo, a 40 km do centro da cidade
Foto: Divulgação/Polícia Militar
Uma obra na Vila dos Coreanos, em Formosa do Rio Preto, cidade localizada no oeste da Bahia, foi embargada por auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Previdência Social. Isso ocorreu depois da morte de cinco crianças coreanas, que foram encontradas soterradas em uma vala. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (13) pelo Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA).
Os auditores fiscais compareceram ao local do acidente no início desta semana e realizaram uma inspeção, segundo pedido do MPT-BA. Um inquérito foi instaurado pelo órgão para investigar o caso, que investiga três possibilidades para o óbito das crianças.
Especializado na produção de alimentos orgânicos, o grupo Doalnara é responsável pela propriedade.
A obra onde ocorreu o soterramento, entretanto, é de responsabilidade da Cooperativa Agrícola de Formosa do Rio Preto, que presta serviços no local. A empresa ainda não ser pronunciou sobre o assunto.
Recomendação de isolamento
O MPT-BA havia recomendado o isolamento da área e a suspensão dos trabalhos na Vila dos Coreanos em audiência realizada com advogados da cooperativa, ocorrida na última sexta-feira (6).
No relatório apresentado pelos auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Previdência Social ao MPT-BA, o local do acidente foi identificado como uma obra para implantação de fossa séptica nas imediações da vila.
A auditoria fiscal do trabalho ainda aguarda documentos solicitados para concluir o relatório sobre o acidente, que deverá servir como peça-chave para a investigação do órgão.
Com a interdição formal da obra, os responsáveis pelo serviço ficaram proibidos de seguir com os trabalhos e deverão providenciar o isolamento completo da área para que não haja mais o risco de trabalhadores ou outras pessoas terem acesso ao local.
Além disso, para que os trabalhos sejam retomados ou, até mesmo, para desistir de fazer o serviço, será necessário comprovar a contratação de técnico especializado que seja responsável pelas medidas de segurança na operação da vala.