Voepass fez 2,6 mil voos com aviões irregulares após tragédia em Vinhedo, diz Anac
Relator do processo de cassação aponta falhas em inspeções de itens obrigatórios
Foto: Divulgação / Voepass
A proibição de operação da Voepass ganhou mais um capítulo, dessa vez a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) aponta que a companhia aérea operou cerca de 2,6 mil voos com aviões sem manutenção adequada após a tragédia de agosto de 2024 em Vinhedo, no interior de São Paulo. A informação foi divulgada no relatório que cassou em definitivo o Certificado de Operador Aéreo (COA) da empresa.
O relatório foi feito pelo diretor da Anac, Luiz Ricardo Nascimento. No documento, ele destaca a operação assistida, constatando uma sistemática de descumprimentos de procedimentos operacionais recorrentes na empresa. Entre as ações, 20 inspeções foram feitas em tarefas de manutenção referentes a itens de inspeção obrigatória em sete aeronaves que não foram realizadas entre 15 de agosto de 2024 e 11 de março de 2025, o que representou um total de 2.687 voos. A conclusão tirada é que os voos foram realizados irregularmente, “com aviões em condições consideradas não aeronavegáveis”, e a área técnica constatou relevante degradação nos processos organizacionais, entre eles a sistêmica perda de controle dessas inspeções.
Com a cassação do seu certificado, a Voepass está impedida de realizar voos regulares pelos próximos dois anos, além de receber uma multa em torno de R$ 570,4 mil. Vale lembrar que a companhia aérea já estava em recuperação judicial com dívidas superiores a R$ 400 milhões.