Noiva de Oruam discursa na Comissão de Direitos Humanos e defende o artista: "Ele não é bandido"
O discurso foi apoiado por outros MCs do Rio de Janeiro, como Chefin, Borges, MC Nem e MC Frank
Foto: Reprodução/Redes sociais
Nesta terça-feira (5), a influenciadora Fernanda Valença, noiva do cantor Oruam, preso desde o dia 22 de julho, discursou em defesa do rapper na Comissão de Direitos Humanos da Alerj durante uma audiência pública sobre o direito à produção artístico-cultural nas favelas. Na declaração, a companheira do artista afirmou que cantar a realidade da favela e da população negra não torna ninguém bandido, mas sim alvo de criminalização.
"Essa luta vai muito além da nossa história pessoal. Ela carrega o peso de tantos outros artistas que foram e ainda são discriminados, criminalizados e silenciados simplesmente por sua origem, pela cor da pele e por contarem a verdade em forma de música, em forma de arte.", disse Fernanda no discurso, apoiado por outros MCs do Rio de Janeiro, como Chefin, Borges, MC Nem e MC Frank.
Fernanda também destacou que as músicas do artista não fazem apologia ao crime organizado, mas que mostram a realidade periférica. "Mauro canta suas próprias dores, alegrias, vivências e muitas vezes empresta sua voz para dar vida à realidade de outras pessoas. Isso é algo que era para ser normal no meio artístico."
Ao final do discurso, a noiva de Oruam também destacou que, historicamente, a sociedade tende a discriminar elementos da cultura negra e periférica, e que o artista seria uma vítima do racismo estrutural. "Durante muito tempo a sociedade tenta criminalizar a cultura negra e periférica. Como fizeram com a capoeira, com o samba, e agora ainda fazem com o funk e o trap, rap. O Mauro não é bandido, MC não é bandido e liberdade Mauro Davi.", conclui Fernanda Valença.