Jovem perde visão temporariamente após ingerir bebida com metanol em São Paulo
Estudante relata desespero e internação após consumir gin adulterado; familiares alertam sobre riscos de bebidas clandestinas
Foto: Reprodução
Após a morte de duas pessoas por intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas e outros dez casos em investigação em São Paulo, o estudante Diogo Marques relatou momentos de desespero ao ingerir um gin com energético, acordar e perceber que não enxergava nada.
Em entrevista ao programa Fantástico, Diogo disse: “Acordei, abri os olhos e estava tudo preto, com uma dor de cabeça muito forte”, descrevendo a cegueira temporária causada pelo metanol.
O jovem precisou permanecer internado por três dias, após exames apontarem a presença de metanol em seu sangue. Segundo familiares, as bebidas foram compradas em uma adega frequentada pelo grupo de amigos. Um amigo que também consumiu a bebida permanece internado há 28 dias em estado grave, respirando por ventilador e com fluxo sanguíneo cerebral comprometido, considerado irreversível pela medicina, segundo a mãe do jovem.
A Associação Brasileira de Combate à Fiscalização (ABCF) comentou o caso, suspeitando que o metanol usado para adulterar as bebidas possa ter origem no mesmo lote usado ilegalmente pelo grupo criminoso PCC para batizar combustíveis.
“Ao ficarem com tanques repletos de metanol lacrados e com distribuidoras e formuladoras proibidas de operar, a facção e seus parceiros podem, eventualmente, ter revendido esse metanol a destilarias clandestinas e quadrilhas de falsificadores de bebidas, obtendo lucros milionários em detrimento da saúde dos consumidores”, afirma a nota da ABCF.