Influenciadora Esquerdogata é presa após desacatar policiais: “Fascistinha”

Aline Bardy Dutra, conhecida nas redes sociais como Esquerdogata, foi presa na madrugada de sábado (25/10) em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, após desacatar policiais militares e resistir à prisão. Segundo um dos PMs envolvidos, a abordagem ocorreu porque a influenciadora teria cometido injúria racial.

Aline Bardy já havia sido condenada em outro processo por desacato e desobediência contra policiais militares, conforme registros do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

No último fim de semana, a influenciadora se aproximou de policiais do 51º Batalhão do Interior, que realizavam fiscalização no cruzamento das Ruas Florêncio de Abreu com Cerqueira César. Com um celular em mãos, supostamente registrando a ação, Aline teria dito:

“um preto querendo foder outro preto”, conforme relatório da PM obtido pelo Metrópoles.

Os policiais começaram a filmá-la e questioná-la sobre a declaração. Aline negou ter cometido injúria, mas questionou a forma como o policial abordava pessoas na mesma “condição de classe”.

A influenciadora apresentava sinais de embriaguez, condição que ela própria confirmou. Durante a prisão, passou a ofender os policiais com comentários preconceituosos sobre salário e cultura, além de ostentar seu suposto poder nas redes sociais:

“Vai tomar no meio do seu cu. Você tem noção de quem é você e quem sou eu? […] você não tem dinheiro nem para falar com meu advogado […]”.

Ela ainda chamou um dos policiais de “facistinha” e afirmou. “Sabe que uma militante ser presa, isso vai me fazer deputada federal? Vou mandar em vocês tanto. Você é um policialzinho, ganha licença-prêmio”.

Aline criticou o salário dos policiais, estimado em R$ 3 mil, e comparou seus bens pessoais com a vida dos agentes. “Acha que tem cacife para me mandar pra algum lugar? Minha sandália vale o carro de vocês […] já foi para Europa, meu amor? Vai pra Itália, para ver como são os policiais, vão ter vergonha […] já foi pra Londres? Nunca né, você não tem dinheiro para isso”.

Ela também cometeu preconceito linguístico ao apontar que um policial não teria conjugado corretamente um verbo durante um depoimento em audiência.

Imobilização e registro da abordagem

Durante a prisão, Aline tentou quebrar o vidro traseiro da viatura batendo a algema na estrutura, sendo necessário imobilizar suas pernas. Toda a abordagem foi registrada em vídeo pelos policiais e entregue à Polícia Civil.

Defesa e medidas cautelares

A influenciadora negou o crime racial por meio de sua defesa. O advogado Douglas Eduardo Marques afirmou ao Metrópoles que sua cliente “está abalada” com a situação. Ela foi liberada ainda no sábado, em audiência de custódia, e terá de cumprir medidas cautelares “de praxe”, como não sair à noite e comprovar a cada 60 dias que está realizando acompanhamento psicológico.

O defensor ainda analisará os vídeos da ocorrência antes de se manifestar formalmente sobre o caso.