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Censo do IBGE revela Brasil com 391 etnias indígenas e 295 línguas; Bahia se destaca em diversidade

Censo do IBGE revela Brasil com 391 etnias indígenas e 295 línguas; Bahia se destaca em diversidade

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o número de etnias aumentou 28% desde 2010

| Autor: Redação/Varela Net

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O mais recente Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados do Censo Demográfico 2022 referentes às etnias e línguas indígenas no Brasil, revelando a existência de 391 povos, etnias ou grupos indígenas e 295 línguas indígenas faladas ou utilizadas pelos indígenas de dois anos ou mais. Esse avanço acompanha um crescimento expressivo da população indígena declarada — que subiu de cerca de 896 917 pessoas em 2010 para aproximadamente 1 694 836 em 2022. 

O estudo aponta que os três grupos étnicos mais numerosas do país são os Tikúna (74.061 pessoas), Kokama (64.327) e Makuxí (53.446). Já as línguas indígenas com maior número de falantes são o Tikúna (51.978), Guarani Kaiowá (38.658) e Guajajara (29.212). 

Apesar desse crescimento no número absoluto de falantes de línguas indígenas — que passou de 293.853 (em 2010) para 433.980 (em 2022) entre indígenas de cinco anos ou mais —, houve uma queda proporcional: em 2010, 37,35% desse grupo declarava usar línguas indígenas; em 2022, o percentual caiu para 28,51%.

Essa tendência aponta para um forte predomínio da língua portuguesa, sobretudo em contextos urbanos, e reflete desafios na manutenção das línguas nativas frente ao deslocamento, às mudanças culturais e à falta de políticas de revitalização linguística eficazes.

Os dados também revelam um movimento importante de mudança territorial: mais da metade (53,97%) da população indígena vive hoje em áreas urbanas, contra 63,78% que residiam em zonas rurais no censo anterior (2010). 

Em paralelo, a diversidade geográfica dos povos torna-se mais evidente: o estado da Bahia aparece como o terceiro com maior número de etnias declaradas (233), atrás apenas de São Paulo (271) e Amazonas (259).

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