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Os desafios relacionados à alta incidência do diabetes

Cerca de 10% dos brasileiros vivem com diabetes no Brasil

| Autor: Ramilton Silva

Foto: Freepik

A diabetes é uma doença crônica que atinge milhares de pessoas em todo o mundo, e o Brasil está longe de ser uma exceção quando se trata de diagnósticos do caso. A doença que age de forma assintomática tem tido uma crescente bastante significativa entre os brasileiros, tornando esse um dos desafios constantes para o sistemas de saúde do país.

Segundo uma pesquisa realizada pela Vigitel Brasil (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), cerca de 10% dos brasileiros vivem com diabetes. Esse número superior ao de 2021, que era de 9,1%, ainda de acordo com a pesquisa, o diagnóstico é mais frequente entre as mulheres (11,1%) do que com os homens (9,1%).

Para a médica endocrinologista, Dra Taciane Mega, esse aumento no número de casos de diabetes pode ser atribuído aos fatores do sedentarismo e do excesso de peso, já que existem mais de 50% da população acima do peso. 

Cenário do diabetes em Salvador

O cenário da diabetes em Salvador é um reflexo dos casos de todo o Brasil que em função do grande número de população e da falta de cuidado das pessoas com o corpo acaba se tornando elevado o percentual de diagnosticados. Em entrevista exclusiva para o Varela Net, a Dra Taciane diz que:

“A nossa capital, a nossa cidade, não está diferente nesse cenário, as pessoas estão tendo menos cuidado com a alimentação, estão preferindo alimentos mais rápidos, ultraprocessados, geralmente são ricos em açúcar. E isso, rico em açúcar, rico em calorias, vai ajudando a ganhar peso e o ganho de peso é um dos fatores principais para o aparecimento do diabetes." pontuou a doutura.

Prevenções e Estilo de vida

Existem diversas prevenções diárias que são cruciais para o combate a incidência do diabetes a exemplo da adoção de uma vida mais saudável, prática de atividades físicas, o controle do açúcar e principalmente a manutenção dos exames de forma regular. 

Para a advogada e estudante de nutrição, Dra Grazielle Reis, que vive com o diabetes mellitus tipo 1, que é uma doença causada por problemas na produção ou na absorção de insulina, ter um estilo de vida controlado é fundamental. Para isso a jovem conta com o auxílio de ferramentas e medicações.

“Para melhor controlar as glicemias, eu uso uma bomba de infusão contínua de insulina, o que melhora bastante o tratamento e me dá uma liberdade alimentar. Junto com o uso da bomba eu mantenho uma alimentação saudável na maior parte do tempo e pratico atividade física todos os dias, pois é fundamental para um bom controle glicêmico e prevenção de complicações crônicas decorrentes do diabetes.”
 
Preço dos Medicamentos

Atualmente existem diversas formas para manter o controle do diabetes sendo a mais comum através dos medicamentos, sejam eles de baixo custo e alto custo. Segundo a estudante Grazielle, o monitoramento da sua diabetes é através do uso da bomba de insulina, que é um aparelho que custa em média R$13.500. Para a manutenção do aparelho existem os custos mensais que podem chegar até R$1.900.

“Eu utilizo a insulina FIASP, uma insulina super moderna que para passar o mês eu gasto $210 e o sensor de glicose Free Style Libre que custa R$305 (só dura 14 dias). Infelizmente um tratamento de qualidade custa muito caro, pois o SUS não disponibiliza esses equipamentos."

O Perigo dos Remédios para Diabetes

O mau uso de medicamentos para diabetes tem sido uma das maiores preocupações para os especialistas da área da saúde, além da não prescrição, muitas pessoas utilizam de forma totalmente contrária ao que de fato o remédio é indicado.  A exemplo disso é o fármaco Ozempic que é um medicamento injetável utilizado no tratamento do diabetes tipo 2, mas também tem sido estudado e utilizado para o controle do peso em pessoas com sobrepeso ou obesidade.

Segundo a Dra Taciane, medicamentos como esse não devem ser utilizados de forma aleatória pelas pessoas.

“Todo remédio tem as indicações e principalmente as contra indicações e ele, quando mal indicado, pode também causar prejuízo à saúde. Então a gente não deve usar medicamento por conta própria e sem orientação e prescrição do médico.”

A Dra Taciane destaca também que o uso aleatório desses medicamentos pela população faz com que eles fiquem em falta nas farmácias, fazendo com que pessoas que de fato precisam fiquem sem a medicação, já que ela está sendo utilizada para uma finalidade inadequada que é o emagrecimento sem acompanhamento médico.

Dra Taciane Mega - Médica Endocrinologista 

Grazielle Reis - Advogada e Estudante de Nutrição

 

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