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Doença que mais mata: diagnóstico precoce aumenta chance de cura do câncer

Em Salvador, hospitais ofertam mutirões gratuitos com exames que auxiliam detecção da enfermidade

| Autor: Andreza Oliveira*
Doença que mais mata: diagnóstico precoce aumenta chance de cura do câncer

Foto: Reprodução/ Agência Brasil

Doença que mais mata no mundo, o câncer e suas consequências tiram a vida de ao menos oito milhões de pessoas por ano, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Projeção do Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão ligado ao Ministério da Saúde, estima que somente em 2022 o Brasil deve registrar 185,6 mil novos casos de câncer de pele —o mais comum no país.

Apesar do alto grau de letalidade, a descoberta precoce da doença aumenta as chances de cura, afirmam especialistas. 

Desde o início de novembro, mês de combate ao câncer de próstata, mutirões de saúde oferecem exames de cunho preventivo e que podem detectar o câncer em estágio inicial.

Em Salvador, os hospitais Aristides Maltez (HAM), de Irmã Dulce (Osid) e da Mulher (HM) disponibilizam alguns desses serviços gratuitos, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Os mutirões ajudam demais a população, uma vez que ainda há muita dificuldade de diversos municípios em integrar pacientes às grandes redes. Caso o paciente não possua convênio, o ideal é procurar atendimento em redes especializadas de hospitais terciários, como as Unacons e Cacons [unidades de assistência de alta complexidade] de suas regiões", explica ao Varela Net a médica Izabella Moura, oncologista nos hospitais Aristides Maltez e da Mulher.

O diagnóstico do câncer ocorre após a realização de uma biópsia da lesão suspeita, que posteriormente será confirmada por um estudo específico.
 
"A maior parte dos cânceres é curável. Não é em todas as situações, mas a maior parte, sim. Isso tem relação com a descoberta mais precoce. Daí a importância do diagnóstico precoce", alerta o médico João Paulo Medrado, oncologista nos hospitais Mater Dei Salvador e Aristides Maltez.

Em homens, os cânceres de próstata, colorretal, pulmão, estômago e de boca têm maior incidência. Já entre as mulheres, o câncer de mama lidera os casos, seguido pelos de colorretal, colo do útero, pulmão e tireóide. 

De acordo com Medrado, cada órgão, porém, possui um tipo celular que tende a gerar um tipo de câncer naquela região. "Quando a gente fala de câncer de um certo órgão, normalmente a gente está se referindo ao subtipo dele. Dando como exemplo, agora, [o câncer] de próstata é disparado. Então, quando falamos 'aquela pessoa teve um câncer de próstata ou tem', estamos no referindo ao adenocarcinoma de próstata", diz o especialista.

O oncologista detalha que, dentre os cânceres de próstata, também há tipos raros. "Como eles têm comportamento diferente, também podem ter tratamentos diferentes também", acrescenta o oncologista.

Cuidado paliativo é tão importante quanto tratamento

Após receber o diagnóstico, o paciente passa por uma avaliação de um oncologista, profissional que traçará o melhor tratamento para o seu caso. Quimioterapia, radioterapia —ou a associação de ambos— e a cirurgia oncológica são os principais meios de tratar a doença.

Medrado afirma que, mesmo quando não há mais chance de cura, é chegada a hora de adotar os chamados cuidados paliativos —que visam proporcionar melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares.  

"A pessoa está viva e merece e precisa ser cuidada. Em relação à saúde física, o controle da dor, controle de sintomas como enjoo. A pessoa pode ter diarreia, prisão de ventre, feridas. Tudo isso pode causar sofrimento. Cuidar desses desses sintomas ou desses quadros vai deixar a vida da pessoa melhor, embora esteja numa situação em que não seja mais possível curar o câncer", defende o médico.

*Sob supervisão do editor Alexandre Santos


 

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