Ministro da Previdência responsabiliza gestão Bolsonaro por fraudes bilionárias no INSS
“Entre 2019 e 2022 o ladrão entra na casa”

Wolney Queiroz e Lula |Foto: Ricardo Stuckert / PR
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT), participou nesta quinta-feira (15) de uma audiência na Comissão de Fiscalização do Senado Federal para prestar esclarecimentos sobre os desvios registrados no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Durante a sessão, o ministro atribuiu a origem das irregularidades ao período entre 2019 e 2022, quando Jair Bolsonaro (PL) ocupava a Presidência da República.
“O que vinha sendo gestado no Congresso a partir de 2019 para que houvesse uma revalidação de cada um daqueles que autorizaram os descontos, isso foi sepultado por essa MP [1007/2022] e por essa lei em 2022 [14.438]. E é exatamente nesse momento, nesse interregno entre 2019 e 2022, que o ladrão entra na casa", declarou Queiroz.
Ele explicou que o fim do processo de revalidação abriu espaço para que novas entidades se registrassem junto ao INSS, o que acabou facilitando o esquema.
"Por que eu digo que o ladrão entrou na casa? Porque o fim da revalidação e a expectativa anterior de que houvesse revalidação fez com que cerca de 11 empresas, associações novas, se credenciassem no INSS. Essas empresas que, mais tarde, durante a operação, descobrimos que eram 100% fraudulentas, a maior parte delas se estabeleceu nesse período", completou.
As investigações que revelaram o esquema vieram à tona com a deflagração da Operação Sem Desconto, realizada no dia 23 de abril pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU). As autoridades identificaram que entidades aplicavam descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas. O montante desviado é estimado em cerca de R$ 6,3 bilhões entre os anos de 2019 e 2024.