Lula se reúne com Putin em Moscou; Tarifaço de Trump foi pauta da conversa
Presidente do Brasil marcou presença na comemoração do "Dia da Vitória" russo

Putin e Lula se cumprimentam na reunião em Moscou |Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República
Nesta sexta-feira (9) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma reunião de trabalho com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou. Na ocasião, o petista criticou a política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou taxas de importação de produtos de mais de 180 países.
Até o momento, o Brasil não adotou nenhuma medida para retaliar os Estados Unidos, segundo maior parceiro comercial do país, atrás somente da China. Lula foi até Moscou para participar da celebração dos 80 anos do Dia da Vitória, organizada por Putin para demonstrar que não está isolado na comunidade internacional, passados três anos do começo da guerra entre Rússia e Ucrânia. A celebração ocorreu nesta sexta, antes do encontro de Lula com Putin, realizado no Kremlin, sede do governo russo.
Na reunião, Lula destacou o potencial de crescimento das relações entre Brasil e Rússia. Mencionou os interesses do Brasil nas áreas da defesa, espacial, científico-tecnológica, educação, aérea, e, sobretudo, na área energética: "As últimas decisões anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos de taxação de comércio com todos os países do mundo, de forma unilateral, joga por terra a grande ideia do livre comércio, joga por terra a grande ideia do fortalecimento do multilateralismo e joga por terra muitas vezes o respeito à soberania dos países que nós temos que ter", afirmou Lula na ocasião.
"Essa minha visita aqui é para estreitar e refazer, com muito mais força, a nossa construção de parceria estratégica. O Brasil tem interesses políticos, interesses comerciais, interesses culturais, interesses científico-tecnológicos com a Rússia. Por seu lado, a Rússia deve ter muitos interesses com o Brasil", prosseguiu.
Lula também mencionou o desejo de equilibrar a balança comercial com a Rússia, um importante fornecedor de fertilizantes para o agronegócio brasileiro. Segundo ele, o Brasil tem um fluxo com a Rússia na ordem de US$ 12,5 bilhões, o que classificou como "bastante deficitário para o Brasil". Os dois países são parceiros e fundadores do BRICS, bloco de economias emergentes que, atualmente, reúne também Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.