Em pronunciamento, Lula reforça soberania nacional e defende Alexandre de Moraes
O presidente também teceu críticas às tentativas de interferência dos Estados Unidos na Justiça do Brasil

Presidente Lula (PT) |Foto: Ricardo Stuckert/PR
Em pronunciamento feito nesta quarta-feira (30) em suas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou o discurso de soberania nacional frente às tentativas de interferência dos Estados Unidos na Justiça do Brasil. Além disso, o petista também defendeu o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, sancionado pelo governo norte-americano com a Lei Magnitsky.
"O Brasil é um país soberano e democrático, que respeita os direitos humanos e a independência entre os Poderes. Um país que defende o multilateralismo e a convivência harmoniosa entre as Nações, o que tem garantido a força da nossa economia e a autonomia da nossa política externa.", iniciou Lula no comunicado.
Em seguida, o presidente defendeu Moraes e criticou a interferência do governo norte-americano na Justiça brasileira, direcionando o comentário para o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus filhos.
"O governo brasileiro se solidariza com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, alvo de sanções motivadas pela ação de políticos brasileiros que traem nossa pátria e nosso povo em defesa dos próprios interesses. [...] No Brasil, a lei é para todos os cidadãos e todas as empresas. Qualquer atividade que afete a vida da população e da democracia brasileira está sujeita a normas. Não é diferente para as plataformas digitais.", continuou Lula.
Além disso, o petista criticou as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que justificou a decisão - entre outras coisas - como uma resposta à perseguição sofrida por Jair Bolsonaro.
"O governo brasileiro considera injustificável o uso de argumentos políticos para validar as medidas comerciais anunciadas pelo governo norte-americano contra as exportações brasileiras. O Brasil tem acumulado nas últimas décadas um significativo déficit comercial em bens e serviços com os Estados Unidos. A motivação política das medidas contra o Brasil atenta contra a soberania nacional e a própria relação histórica entre os dois países."
Finalizando o comunicado, Lula se colocou à disposição para negociar questões comerciais com os EUA, mas de forma que a legislação brasileira seja respeitada.
"O Brasil segue disposto a negociar aspectos comerciais da relação com os Estados Unidos, mas não abrirá mão dos instrumentos de defesa do país previstos em sua legislação. Nossa economia está cada vez mais integrada aos principais mercados e parceiros internacionais. Já iniciamos a avaliação dos impactos das medidas e a elaboração das ações para apoiar e proteger os trabalhadores, as empresas e as famílias brasileiras.", concluiu o presidente.