NotíciasPolíticaAnderson Torres diz que minuta golpista é "descartável" e não sabe quem a fez

Anderson Torres diz que minuta golpista é "descartável" e não sabe quem a fez

Ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça deu versão em depoimento à Polícia Federal

| Autor: Redação

Foto: Tom Costa / MJSP

O ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, afirmou à Polícia Federal que a minuta de decreto para instituir um estado de Defesa no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não tinha viabilidade jurídica", era "muito ruim" e "descartável". O documento foi encontrado na casa de Torres dias após os ato golpistas na Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro.

Segundo o portal UOL, que teve acesso ao depoimento do ex-secretário, ele relatou que acredita ter recebido a minuta de decreto em seu gabinete no Ministério da Justiça, mas alega que "não tem ideia" de quem o elaborou. Afirmou ainda que, "em razão da sobrecarga de trabalho", levava alguns documentos para casa.


De acordo com a reportagem, Torres defendeu ainda que a minuta não foi feita por sua equipe no ministério e que não foi ele quem a colocou na estante onde foi encontrada. "Que deixa ressaltado que tecnicamente o documento é muito ruim, com erros de português, sem fundamento legal, divorciado da capacidade dos assistentes do Ministério da Justiça em produzir o documento."

O ex-ministro alegou que a minuta não foi encaminhada para mais ninguém e declarou "expressamente" que ela nunca foi levada ao conhecimento do ex-presidente Jair Bolsonaro. "Que ignorou completamente aquele escrito, eis que aquilo não tinha valor nenhum no seu entender", diz o depoimento.

"Que não sabe e não tem ideia de quem elaborou esse documento; que não pediu para que fosse elaborado; que ressalta ter tomado conhecimento pela imprensa que outras pessoas receberam documentos de teor semelhante; que desconhece as circunstâncias em que foi produzido", diz trecho do depoimento de Torres, que viajou aos Estados Unidos às vésperas dos ataques extremistas.

A viagem, segundo o ex-ministro, não tem relação com Bolsonaro —que foi para o país americano um dia antes do fim do seu mandato. "Um não sabia da viagem do outro, e não se encontraram", diz o depoimento colhido pela PF.

Torres está preso desde 14 de janeiro, quando chegou a Brasília —sem seu celular. No depoimento, ele disse que não sabe onde está o aparelho. "Que com a decretação de sua prisão no Brasil, passou a ser procurado por uma infinidade de pessoas, ocasião em que resolveu desligar o celular; que não sabe onde ele se encontra, mas pode fornecer a senha da nuvem; que apenas utiliza o telefone pessoal e todas as conversas estão nesse celular", informa o depoimento.


 

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