Operação Menu do Crime mira esquema de contrabando dentro de prisões
Grupo enviava drogas e celulares por meio de marmitas

Presos segurando marmitas |Foto: Gláucio Dettmar/CNJ
Nesta terça-feira (17), a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) iniciou a Operação Menu do Crime, que tem como alvo um esquema de contrabando em unidades prisionais do Rio de Janeiro. O grupo criminoso utiliza marmitas entregues nos presídios para contrabandear drogas, celulares e outros artigos.
Os mandados de prisão pretendem desarticular o esquema, que acontece em diversos bairros da capital e em cidades como Jacarepaguá, Bangu, Ilha do Governador, Duque de Caxias e São João de Meriti. A ação ocorre com o apoio de unidades dos Departamentos-Gerais de Polícia Especializada (DGPE) e da Capital (DGPC).
A operação surgiu quando um motorista de van foi preso em flagrante ao tentar entrar no presídio Nelson Hungria, em Bangu, com marmitas adulteradas. A unidade é ocupada majoritariamente por traficantes da facção Povo de Israel.
Na ocasião, foram apreendidos 20 quilos de drogas, 71 celulares, 19 chips, 96 carregadores, 96 fones de ouvido e três balanças de precisão foram encontrados escondidos nas quentinhas.
A Corregedoria da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) também participou das ações de hoje, já que dois dos seus agentes foram presos por facilitarem a entrada dos materiais na época da apreensão da van.
O esquema funcionava a partir da cooptação de funcionários da empresa fornecedora das refeições, que omitiam o lacre certo das entregas. Após a saída da van com a marmita, o motorista realizava uma parada antes do presídio para trocar as quentinhas e colocar com os itens contrabandeados.
Na unidade prisional, os agentes não realizavam vistoria, deixando que o material chegasse aos detentos.