Deputado estadual é suspeito de ligação com facção criminosa no Rio de Janeiro

O deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Josias (MDB), é alvo de duas operações simultâneas realizadas nesta quarta-feira (3) no Rio de Janeiro. Ele é investigado por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e por supostamente negociar armas com o Comando Vermelho (CV).

A Operação Zargun, da Polícia Federal, cumpre 18 mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão, além do bloqueio de R$ 40 milhões em bens. As investigações apontam para um esquema de corrupção que envolveria o parlamentar, chefes do CV e outros agentes públicos, incluindo um delegado da PF, policiais militares e ex-secretários. Os suspeitos podem responder por organização criminosa, tráfico internacional de armas e drogas, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Paralelamente, a Operação Bandeirantes, do Ministério Público do Rio de Janeiro, denunciou o deputado e outras quatro pessoas por associação ao tráfico e comércio ilegal de armas de uso restrito. Segundo as denúncias, os investigados mantinham vínculos estáveis com o Comando Vermelho, atuando nos complexos da Maré, do Alemão e em Parada de Lucas. O grupo é acusado de intermediar a compra e venda de drogas, armas e equipamentos antidrones, além de movimentar grandes quantias em espécie para financiar a facção.

O parlamentar também é suspeito de usar seu mandato para favorecer o grupo criminoso, intermediando negócios ilegais e nomeando aliados de traficantes em cargos estratégicos na Assembleia Legislativa. Além disso, movimentações financeiras consideradas suspeitas em empresas ligadas a TH Joias já haviam sido alvo de alertas de instituições financeiras, reforçando os indícios de lavagem de dinheiro.

“O que vemos aqui é a infiltração do crime organizado dentro do parlamento fluminense. O deputado eleito para representar a sociedade colocou seu mandato a serviço do Comando Vermelho. Não haverá blindagem política para criminosos: seja traficante armado na favela ou de terno na Assembleia, a resposta do Estado será a mesma”, afirmou o secretário de Polícia Civil do Rio, delegado Felipe Curi.