Trump diz que deve falar com Lula "em algum momento, mas não agora" e defende Bolsonaro
Trump criticou a forma como o presidente Lula tem se posicionado em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro

Foto: Shealah Craighead/Ricardo Stuckert / PR
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta sexta-feira (11) que pretende conversar com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, mas não de forma imediata. "Em algum momento, mas não agora", respondeu Trump à jornalista Raquel Krähenbühl, correspondente da TV Globo em Washington, ao ser questionado sobre uma possível conversa com Lula a respeito das tarifas comerciais impostas ao Brasil.
Na última quarta-feira (9), Trump havia enviado uma carta ao presidente Lula anunciando uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com previsão de aplicação a partir de 1º de agosto.
Durante sua fala, Trump criticou a forma como o presidente Lula tem se posicionado em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro. "Ele está tratando o presidente Bolsonaro de forma muito injusta", afirmou o republicano. Em seguida, fez elogios ao ex-presidente brasileiro: "Eu o conheço bem, já negociei com ele e ele é um bom negociador. Posso te falar que ele é um homem muito honesto e ama o povo brasileiro".
Trump também comentou o perfil firme de Bolsonaro nas negociações: "Era um cara muito difícil de negociar. Eu não deveria gostar dele porque ele era muito duro nas negociações, mas ele também era muito honesto. E eu sei reconhecer quem é honesto e quem é desonesto", completou.
As manifestações de apoio a Bolsonaro não se restringiram a entrevistas. Nos últimos dias, Trump publicou em suas redes sociais diversas mensagens defendendo o ex-presidente brasileiro. Ele afirmou que Bolsonaro está sendo alvo de perseguição política e classificou o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) como uma "caça às bruxas".
Em resposta às declarações de Trump, o presidente Lula reiterou a soberania do Brasil. "O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém", declarou em nota oficial.
Lula reforçou ainda que os processos judiciais relacionados aos eventos de 8 de janeiro de 2023, data da tentativa de golpe de Estado, são de responsabilidade exclusiva da Justiça brasileira. "não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”, concluiu.