Nos Estados Unidos, Lula diz estar aberto para conversas com Trump após sanções ao Judiciário
Foi a primeira viagem do presidente ao país desde o tarifaço

Presidente Lula |Foto: Ricardo Stuckert/PR
Em Nova York, durante participação na abertura da Assembleia Geral da ONU, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (22) que está pronto para conversar com Donald Trump “sempre que ele quiser”. O comentário aparece em meio a uma nova medida de sanção dos Estados Unidos contra o Judiciário brasileiro.
Lula criticou que, até o momento, o governo estadunidense não teria buscado o diálogo de forma institucional, apontando que foi surpreendido pelas sanções por meio da imprensa. Ele lamentou que o relacionamento entre Brasil e EUA esteja marcado por medidas unilaterais e ressaltou que “democracia e soberania nacional não estão na mesa de negociação”.
A sanção que gerou repercussão envolveu a aplicação da Lei Magnitsky à esposa do ministro Alexandre de Moraes, Viviane Barci, além de restrições relacionadas ao Instituto Lex, vinculado a esse ministério. O anúncio foi rejeitado pelo STF e criticado pelo Governo como uma ofensa à soberania brasileira.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty), por sua vez, declarou que tais sanções “não ajudarão quem tentou dar golpe”, numa referência à insurreição de 8 de janeiro, e reafirmou que o Brasil não cederá à pressão externa — mas seguirá aberto ao diálogo, desde que esse seja transparente e respeitoso.