NotíciasMundoNancy Pelosi realiza visita à Taiwan; China reage negativamente

Nancy Pelosi realiza visita à Taiwan; China reage negativamente

A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos se encontrou com o ministro das Relações Exteriores, Joseph Wu, para tratar de "interesses mútuos" e intitulou Taiwan como uma "democracia vibrante"

| Autor: Redação

Foto: Reprodução/ Redes Sociais

A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, gerou grande tensão durante esta terça-feira (2) ao visitar Taipei, para se reunir com o ministro de Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu. 


Anteriormente, quando a lista de “parceiros asiáticos” que Pelosi planejava visitar foi anunciada - citando Coréia do Sul, Japão, Malásia, Singapura e Taiwan - o governo chinês reagiu negativamente e alertou que isso poderia prejudicar a relação entre ele e o governo estadunidense.


A animosidade de Pequim em relação ao encontro entre a presidente da Câmara dos Deputados e o ministro das Relações Exteriores se deve ao fato de que, ao incluir Taiwan entre seus aliados, os Estados Unidos estão indiretamente reconhecendo o território como uma democracia, apesar de oficialmente não se direcionar a ele como um Estado. Enquanto isso, a China ainda considera a ilha como parte de uma de suas províncias.


Além disso, a situação se agrava porque em 1991, Pelosi esteve presente em protestos que reivindicavam os direitos de manifestantes que haviam morrido por defenderem o movimento a favor de um Estado democrático no território chinês. A presidente da Câmara dos deputados chegou, inclusive, a levantar uma faixa com os dizeres: “Aos que morreram pela democracia na China”.


Por meio de seu perfil oficial no Twitter, Pelosi ignorou as críticas e publicou uma foto do momento em que pisou em solo taiwanês, ao lado de Joseph Wu e outros políticos. Na legenda, a democrata escreveu: “Nossa visita reitera que os Estados Unidos estão com Taiwan: uma democracia vibrante, e nosso parceiro importante no Indo-Pacífico”.


Ademais, a representante dos EUA no encontro postou uma série de tuítes, onde falava sobre a reunião em Taipei.
“A visita da nossa delegação para Taiwan honra o compromisso inabalável dos Estados Unidos em apoiar a democracia vibrante de Taiwan”.


“Nossas discussões com as lideranças de Taiwan reafirmam nosso apoio à nosso parceiro, e promovem nossos interesses mútuos, incluindo avançar para uma região livre e aberta no Indo-Pacífico.”


“A solidariedade americana com as 23 milhões de pessoas de Taiwan é mais importante hoje do que nunca, quando o mundo encara a escolha entre autocracia e democracia."


“Nossa visita é uma das várias delegações do Congresso até Taiwan - e de forma alguma contradiz a política de longa data dos Estados Unidos, guiada pelo “Comunicado Conjuntos sobre o Estabelecimento de Relações Diplomáticas de Taiwan”, de 1979, e as “Seis Garantias” entre EUA-China [1982].”


Entretanto, apesar de Pelosi afirmar que a visita não fugiu do que foi acordado entre EUA e China durante o final da década de 70 e início da década de 80, as forças armadas chinesas, o Exército de Liberação Popular, reagiu ao que considerou uma afronta e declarou que irá realizar operações militares nas proximidades da fronteira de Taiwan, ainda durante a noite desta terça-feira (2).


As operações serão conjuntas, com ações marítimas e aéreas ao redor do território taiwanês, com a possibilidade de lançamento de mísseis no mar leste da região  e disparos de longa distância no Estreito de Taiwan, localidade fronteiriça entre a ilha e a China.
 

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