México aprova tarifas de até 50% sobre importações brasileiras e preocupa exportadores
Medida deve atingir mais de mil produtos brasileiros e gerar impacto econômico

Contêineres para exportação |Foto: Vosmar Rosa/MPOR
O Senado do México aprovou um pacote de tarifas que pode elevar a alíquota de importação para até 50% sobre produtos de vários países, incluindo o Brasil. A medida, aprovada por 76 votos a favor, cinco contra e 35 abstenções, faz parte de um esforço para proteger a indústria mexicana e foi estendida a bens importados de países como China, Índia, Coreia do Sul, Rússia e África do Sul.
Segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as novas tarifas podem afetar cerca de 232 produtos da indústria de transformação brasileira, com impacto potencial de até US$ 1,7 bilhão em exportações, valor referente a aproximadamente 14,7% das vendas brasileiras ao México em 2024.
Os setores mais ameaçados incluem itens como aço, autopeças, têxteis, plásticos e calçados, que agora podem enfrentar alíquotas mais altas quando vendidos ao mercado mexicano. A CNI advertiu que a elevação tarifária eleva os custos de produção e pode reduzir a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
Essa decisão do México ocorre num momento em que o Brasil já lida com barreiras comerciais de outros grandes parceiros. No mercado internacional, os Estados Unidos já impuseram tarifas adicionais de até 50% sobre uma parte das importações brasileiras, algo que começou a valer em agosto e afetou produtos como café, carne e açúcar — reflexo de tensões comerciais e diplomáticas.
Representantes da indústria brasileira têm manifestado preocupação com o efeito acumulado de medidas tarifárias em diferentes mercados, que podem reduzir a demanda por produtos nacionais e pressionar exportadores a buscar alternativas comerciais. A ampliação das tarifas também levanta debate sobre a necessidade de atualizar acordos e fortalecer negociações bilaterais para proteger os fluxos de comércio.
O governo brasileiro ainda não se manifestou oficialmente sobre o impacto específico da medida mexicana, mas é esperado que autoridades e entidades do setor econômico avaliem estratégias para mitigar os efeitos, seja por meio de renegociações, novos acordos ou ajustes na pauta de exportações.
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