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EUA revogam vistos de brasileiros ligados ao Mais Médicos e acusam Cuba de “trabalho forçado”

Governo Trump incluiu secretário do Ministério da Saúde e ex-funcionário da OPAS em nova lista de sanções

| Autor: Redação - Varela Net
EUA revogam vistos de brasileiros ligados ao Mais Médicos e acusam Cuba de “trabalho forçado”

Foto: Reprodução / Casa Branca

O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta quarta-feira (13), a revogação dos vistos de dois brasileiros que atuaram no Ministério da Saúde durante a implantação do programa Mais Médicos: Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman. A medida, revelada pelo secretário de Estado Marco Rubio, também atinge ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Segundo Rubio, a decisão é parte de uma ofensiva contra programas cubanos de envio de médicos para outros países, que ele classifica como “esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano”.

“Como parte do programa Mais Médicos do Brasil, essas autoridades usaram a OPAS como intermediária com a ditadura cubana para implementar o programa sem seguir os requisitos constitucionais brasileiros, driblando as sanções dos EUA a Cuba e, conscientemente, pagando ao regime cubano o que era devido aos profissionais de saúde cubanos”, afirmou o Departamento de Estado em comunicado.

O texto acusa o Brasil de ter usado a OPAS para contornar sanções americanas a Cuba, desviando pagamentos que deveriam ir diretamente aos médicos para o governo cubano. O documento ainda alega que “dezenas de médicos cubanos” relataram terem sido explorados enquanto atuavam no programa.

O Mais Médicos foi criado no governo Dilma Rousseff (PT) para ampliar a presença de médicos em áreas carentes, contando inicialmente com profissionais cubanos. Após o fim da participação de Cuba, em 2018, o programa foi reformulado no governo Jair Bolsonaro (PL) e relançado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023, sem médicos cubanos.

Mais cedo, o Departamento de Estado já havia anunciado medidas semelhantes contra autoridades de Cuba, de países africanos e de Granada. De acordo com analistas, a nova ação também tem caráter pessoal para Marco Rubio, filho de imigrantes cubanos e crítico ferrenho do regime da ilha.

Em julho, o governo norte-americano já havia cancelado os vistos de oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, em meio às discussões sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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