Cineasta brasileira desaparece após ser presa pelo serviço de Imigração nos EUA
Cineasta desapareceu em audiência para obter o green card

Bárbara em apresentação de um curta autoral |Foto: Reprodução / Redes Sociais
A cineasta brasileira Bárbara Marques desapareceu após ser detida pelo Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos (ICE), durante uma audiência para obter o green card (visto permanente americano). A brasileira é autora de curtas como ‘Dia de Cosme e Damião’ (2016) e ‘Cartaxo’ (2020).
Desde que foi detida, a diretora não tem paradeiro certo e permaneceu incomunicável em meio a transferências constantes entre centros de detenção.
Segundo o seu marido, o norte-americano Tucker May, em entrevista ao portal LeoDias, a brasileira entrou em contato no sábado (27), sem saber onde estava. “Ela já havia sido transportada em vários aviões desde que a levaram do centro de detenção de Adelanto, apesar de um habeas corpus já protocolado e de uma ordem de restrição temporária pendente para impedir exatamente isso”, disse.
May aponta que a companheira estava apavorada e sem saber onde estava ou para onde estava sendo levada pelos agentes de Imigração. "No final da nossa conversa, os agentes do ICE disseram que iriam movê-la novamente, então agora ela pode estar em qualquer lugar".
Devido a isso, o americano criticou a atuação do ICE. “Uma de minhas maiores preocupações é a falta de regras ou de prestação de contas da agência como um todo. Eles demonstram um desprezo aberto por ordens judiciais e pelo Estado de Direito”, disse.
Além disso, ele reforçou que a brasileira não tem antecedentes criminais. “Ela nunca cometeu um crime nem fez nada de errado, exceto ter perdido uma audiência judicial sobre a qual nunca foi devidamente notificada. Ela estava apavorada e chorando quando a colocaram em algemas e correntes, e um agente do ICE pegou o celular e tirou uma selfie, sorrindo diante da dor e do medo dela”, denunciou.
Por fim, Tucker disse que ainda não recebeu uma resposta da Embaixada do Brasil nos Estados Unidos nem do Consulado-Geral em Los Angeles, mesmo com sucessivas tentativas de contato.
"Se permitirmos que forças federais sequestrem pessoas e façam o que quiserem sem supervisão ou limites de poder, é apenas uma questão de tempo até que comecem a rotular outros setores da sociedade como ‘indesejáveis’ e a desaparecer com essas pessoas também".