Para ficar de olho: promessas do Nordeste brilham na campanha do Brasil no Mundial Sub-17
Dell, Ruan Pablo e Zé Lucas chamam atenção em Mundial no Catar, apesar da eliminação brasileira

Dell, Zé Lucas e Ruan Pablo |Foto: Nelson Terme/CBF
A última Copa do Mundo Sub-17, realizada no Catar, deixou a sensação de que uma nova safra de talentos está surgindo no futebol brasileiro — e muitos deles vêm do Nordeste. Mesmo com a eliminação na semifinal, a Seleção Brasileira protagonizou partidas de muita intensidade, velocidade e personalidade.
Entre os principais destaques, três nomes chamaram atenção por representarem equipes nordestinas e por entregarem desempenho acima da média: Dell, Ruan Pablo e Zé Lucas. O trio não só ganhou minutos importantes, como também teve papel direto na trajetória do Brasil ao longo da competição.
Conheça cada um
Apelidado de "Haaland do Sertão", Dell saiu como artilheiro da Amarelinha no torneio - com cinco gols e uma assistência. O camisa 9 é natural de Estância, no Sergipe, e está na base do Bahia. Pela equipe principal, fez apenas dois jogos e não balançou as redes, diferente de seu companheiro, Ruan Pablo.
Natural de Lauro de Freitas, o ponta-direita já é constantemente acionado por Rogério Ceni na equipe titular do Esquadrão e possui um gol como profissional no currículo - o mais jovem da história do clube. Ao todo, são 12 partidas pelo Tricolor de Aço. Na Copa do Mundo, marcou dois gols e deu uma assistência, mas ficou marcado pelo pênalti desperdiçado na semifinal contra Portugal, que poderia ter dado a vaga à decisão para o Brasil.
Fechando o trio, temos Zé Lucas. O volante e capitão da equipe nasceu em Santo Antão, no Pernambuco, e joga no Sport, onde é titular absoluto. É disparado quem mais tem jogos como profissional: são 35 desde que subiu ao elenco profissional em 2024. Recentemente, teve seu nome ventilado no Barcelona, mas a negociação parece ter travado.
Outros nomes também se projetaram ao longo do torneio, como João Pedro. O goleiro do Santos foi herói do Brasil duas vezes no mata-mata. Contra o Paraguai, na segunda fase, ele pegou três pênaltis e garantiu a classificação. Nas oitavas, contra a França, defendeu um com bola rolando e parou duas cobranças na disputa por penalidades. Ainda pegou outro na disputa pelo 3º lugar, contra a Itália.
Quem também se destacou foi Gabriel Mec. Mesmo reserva, o camisa 10 da equipe e jogador do Grêmio ganhou destaque ao longo do torneio. Sempre acionado na etapa final, ele se sobressaiu pelos dribles e criatividade para desenrolar jogadas. O jornal AS, da Espanha, chegou a compará-lo com Estêvão.
Trajetória da Seleção
A Seleção Brasileira terminou a fase de grupos como líder da sua chave após vencer Honduras por 7 x 0, depois bater a Indonésia por 4 x 0 e fechar a primeira parte da competição com um empate por 1 x 1 com a Zâmbia.
Na segunda fase, o Brasil superou o fato de jogar boa parte do confronto diante do Paraguai com um a menos e segurou o 0 a 0 com o rival. Nos pênaltis, a Canarinho contou com o brilho de João Pedro para vencer e se classificar.
O drama dos pênaltis veio de novo nas oitavas. O Brasil perdia para a França por 1 x 0 até os minutos finais, mas Pietro anotou um golaço e levou a decisão para as penalidades. João Pedro parou duas cobranças, e a seleção venceu por 4 x 3.
Nas quartas de final, o herói da classificação diante de Marrocos foi Dell. O jogo caminhava para os pênaltis — estava empatado por 1 x 1 — mas o jogador do Esquadrão aproveitou a última chance do jogo e colocou a seleção na semifinal.
O Brasil parou nas semifinais, em Portugal. A seleção não saiu do 0 x 0 com o rival europeu e teve de decidir a vaga na decisão nos pênaltis. Dessa vez, não houve o que João Pedro pudesse fazer — apesar de ele defender uma cobrança — e o time foi eliminado, perdendo por 6 x 5 na disputa.
Na disputa pelo terceiro lugar, foi a vez da Itália dar um gosto amargo ao torcedor. O Brasil teve uma expulsão no primeiro tempo, segurou o 0 x 0 e foi derrotado nos pênaltis. João Pedro até defendeu uma cobrança, mas Luís Felipe e Dudu perderam as suas batidas.
Os jovens atletas voltam de Doha carregando mais do que experiência: carregam projeção. Eles representam não apenas seus clubes, mas a força cada vez maior das categorias de base e, no caso de Dell, Ruan pablo e Zé Lucas, a base do Nordeste. A Copa do Mundo Sub-17 encerrou para o Brasil, mas para esses jovens, o jogo está só começando.
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