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Junho Laranja: um mês de conscientização sobre doenças do sangue

Campanha visa alertar sobre sintomas, diagnóstico precoce e a doação de sangue

| Autor: Bruno Oliveira
Doação de Sangue, junho laranja

Doação de Sangue, junho laranja |Foto: PixarBay

A campanha Junho Laranja tem como principal objetivo conscientizar a população sobre doenças que afetam o sangue, como a anemia, a leucemia e a anemia falciforme. A proposta busca ampliar o conhecimento sobre essas condições, incentivar o diagnóstico precoce e reforçar a importância da doação de sangue e medula óssea, fundamentais para o tratamento de muitas pessoas.

Anemia: um alerta silencioso

A anemia é caracterizada pela diminuição da quantidade de hemoglobina ou de glóbulos vermelhos no sangue. Pode ser causada por deficiência de ferro, vitaminas, doenças crônicas ou fatores genéticos. Os sintomas são, muitas vezes, silenciosos ou confundidos com o cansaço do dia a dia: palidez, fraqueza, tontura, falta de ar e dores de cabeça.

No Brasil, a anemia por deficiência de ferro representa cerca de 90% de todos os casos. Os outros 10% incluem diferentes tipos, como anemia megaloblástica, perniciosa, por deficiência de ácido fólico, por doença crônica, inflamatória, hemolítica, falciforme, talassemia e anemia aplástica.

A anemia falciforme é uma condição genética hereditária, mais comum entre pessoas negras e pardas. Nesses casos, os glóbulos vermelhos adquirem formato de foice, dificultando a circulação do sangue e provocando crises de dor intensa, infecções e danos a órgãos vitais.

Estima-se que, no Brasil, entre 60 mil e 100 mil pessoas vivam com a doença. Dados estaduais apontam uma incidência de 1 caso a cada 650 nascidos vivos na Bahia; 1 a cada 1.300 no Rio de Janeiro; e 1 a cada 1.400 em Minas Gerais.

Outra condição importante é o traço falciforme, em que a pessoa herda apenas um gene alterado da doença, sem desenvolver os sintomas. Mesmo levando uma vida normal, quem possui o traço pode transmitir o gene aos filhos e deve estar ciente dessa possibilidade, especialmente em planejamentos familiares.

Leucemia: a importância do diagnóstico precoce

A leucemia é um tipo de câncer que afeta as células sanguíneas, principalmente a medula óssea. Existem diferentes tipos da doença, como leucemia mieloide aguda, linfocítica aguda, mieloide crônica e linfocítica crônica. Os sintomas mais comuns incluem febre persistente, infecções frequentes, perda de peso, sangramentos e manchas roxas pelo corpo.

Segundo estimativas do INCA, entre 2023 e 2025, devem surgir cerca de 11.540 novos casos de leucemia por ano — aproximadamente 6.250 em homens e 5.290 em mulheres —, o que representa taxas de risco de 5,9 casos por 100 mil homens e 4,78 por 100 mil mulheres.

Levantamento publicado na revista Hematology, Transfusion and Cell Therapy, com dados de 2014 a 2023, registrou 23.783 mortes por leucemia mieloide aguda (LMA), uma média de 2.378 óbitos por ano. Em 2023, houve um aumento de 20,7% em relação ao ano anterior, com maior incidência de mortes entre pessoas de 60 a 79 anos. A região Sudeste concentrou quase metade dos óbitos (49,7%), seguida pelo Nordeste (20,6%).

Como se prevenir

Para prevenir a anemia, é essencial manter uma alimentação equilibrada, rica em ferro, vitamina C, ácido fólico e vitamina B12. Carnes magras, leguminosas e vegetais verde-escuros devem estar presentes na rotina alimentar. Também é importante tratar verminoses, fazer acompanhamento médico regular e, no caso de grupos de risco, como gestantes e crianças, utilizar suplementos sob orientação profissional.

Já a leucemia, por ser um câncer do sangue, não possui uma forma direta de prevenção. No entanto, é possível reduzir os riscos evitando exposição a substâncias tóxicas como o benzeno, não fumando, controlando a exposição à radiação, mantendo o sistema imunológico saudável e realizando exames médicos periódicos — principalmente em pessoas com histórico familiar ou doenças genéticas associadas.

Em ambos os casos, atenção aos sinais do corpo e diagnóstico precoce são essenciais para garantir qualidade de vida e aumentar as chances de sucesso no tratamento.

Doe sangue, doe medula, doe vida

Você pode salvar vidas com um gesto simples: doar sangue e medula óssea. Pessoas com anemia grave e pacientes com leucemia muitas vezes dependem de transfusões e de transplantes de medula para sobreviver e continuar lutando. A doação de sangue é rápida, segura e pode beneficiar até quatro pessoas com apenas uma bolsa. Já o cadastro como doador de medula óssea é um ato de esperança para quem aguarda por um transplante compatível.

Seja um herói na vida real. Procure o Hemoba e faça a diferença na vida de quem precisa. Doe sangue, doe medula, doe vida. Entre em contato: 71 3194-7861 ou 71 3194-7862.

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