10 de setembro: A luta contra o suicídio e o papel da psicologia no processo de valorização da vida

Hoje, dia 10 de setembro, é comemorado o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio. Criada em 2003, a data reforça a importância de cuidarmos de nossa saúde mental e serve como conscientização sobre o tema ao redor do mundo, justamente durante o Setembro Amarelo.

Apesar de ser bastante comentado, poucas pessoas sabem o real significado do Setembro Amarelo. No Brasil desde 2015, o mês vai além da conscientização, servindo como um lembrete da vida. E é justamente nesse ponto que a estudante de psicologia, Beatriz Figueiredo, reforça o significado. Para ela, a valorização da vida e dar voz para quem sofre em silêncio complementam a importância da campanha.

“O real significado do ‘Setembro Amarelo’ é sobre a valorização da vida e dar voz a quem está sofrendo, principalmente aos que sofrem em silêncio. É um convite para dialogarmos sobre dor, acolhimento e esperança, lembrando que ninguém precisa passar por isso sozinho. Hoje, é notável a importância da conscientização e da prevenção ao suicídio”, reforçou a estudante.

No ano de 2024, a depressão e ansiedade foram as principais causas de afastamento no trabalho. Cerca de 470 mil benefícios foram concedidos no país, número que supera os 10 anos anteriores e representa 68% a mais em relação a 2023. Pelo cenário global, estima-se que mais de 264 milhões de pessoas sofrem com um dos dois problemas.

Dado os números, se torna evidente a necessidade do cuidado com a saúde mental. Os problemas se estendem do lado pessoal até o profissional, afetando todos os âmbitos da vida. Por isso, é de extrema necessidade um vínculo entre profissionais da saúde mental e pacientes.

Em conversa com a equipe do Varela Net, Beatriz explicou um pouco sobre o papel do psicólogo nos dias atuais. “Vai além do processo terapêutico em uma clínica. A Psicologia é social. Ela deve ser humana, acolhedora e verdadeiramente compreensiva. O trabalho do profissional de Psicologia vai além de ‘tratar’, é também sobre buscar promover saúde mental, prevenir o sofrimento psíquico e fortalecer o vínculo terapêutico, sempre com uma postura ética e corajosa”, disse.

O reconhecimento próprio e aceitação do que sente, é uma etapa imprescindível nesse processo. Não é sinal de fraqueza procurar um tratamento, muito pelo contrário, é um ato corajoso. Estudante de psicologia, Beatriz toca no ponto-chave do processo: a aceitação.

“Permitir-se sentir e reconhecer o que está acontecendo com você. Buscar apoio não é sinônimo de fraqueza, mas sim de coragem. A terapia faz muita diferença e salva-vidas, cuidar da saúde mental é um processo lento, mas muito importante. Cuidar da mente é um ato de coragem e amor-próprio”, conta a jovem.

Outro tópico abordado pela estudante, o uso de redes sociais em excesso entre crianças e adolescentes é um facilitador para impactos negativos que podem ficar para vida toda. Segundo ela, cabe aos responsáveis ficarem de olho no que os menores fazem e acompanham na internet.

“A internet se tornou um espaço de comparação, busca pelo impossível e glamourização de padrões inalcançáveis. Também há a exposição precoce a conteúdos de extrema violência, sendo gráfica ou verbal. Tais questões podem ocasionar o desenvolvimento de quadros de ansiedade, depressão, distorção de imagem e dificuldade na construção da própria identidade”, afirma Beatriz.

 

Como procurar ajuda

Lembrem-se, depressão não é brincadeira. Saúde mental é coisa séria e deve ser abordada com todo carinho e respeito do mundo. Caso seja necessário, procure ajuda. Em conjunto com o Centro de Valorização da Vida (CVV), o número 188 se tornou um aliado na luta contra o suicídio.

Qualquer pensamento suicida deve ser levado a sério. O CVV funciona durante os sete dias da semana, durante as 24 horas. O apoio emocional é gratuito, sigiloso e voluntário. Se for emergencial, o recomendado é que disque o número 112.