NotíciasEsportesCobrança de teste de gênero tira campeã olímpica da Copa do Mundo de Boxe

Cobrança de teste de gênero tira campeã olímpica da Copa do Mundo de Boxe

Lutadora desistiu de disputar o torneio depois da decisão, considerada polêmica

| Autor: Redação - Varela Net
Imane Khelif, boxeadora argelina medalhista de ouro em Paris-2024

Imane Khelif, boxeadora argelina medalhista de ouro em Paris-2024 |Foto: Richard Pelham/Getty Images

Campeã e alvo de polêmicas nas Olimpíadas de Paris, em 2024, a pugilista argelina Imane Khelif desistiu de participar da Copa do Mundo de Boxe, que acontecerá em Eindhoven, na Holanda. A atleta não se inscreveu para a disputa do torneio por conta da decisão anunciada pela World Boxing na última semana, que obriga testes de gênero para todos os boxeadores.

"A decisão de excluir Imane não é nossa. Lamentamos isso", afirma o diretor de mídia da competição, Dirk Renders, em entrevista à agência Associated Press.

O órgão regulador mencionou especificamente a atleta de 26 anos, argumentando que ela teria que ser aprovada no exame para lutar em qualquer evento futuro, incluindo a Copa do Mundo, em Eindhoven.

A decisão, considerada polêmica, repercutiu também fora do mundo esportivo. O prefeito de Eindhoven, Jeroen Dijsselbloem, enviou uma carta à Federação Holandesa de Boxe e à Federação Internacional de Boxe criticando a decisão. 

"No que nos diz respeito, todos os atletas são bem-vindos a Eindhoven. Excluir atletas com base em 'testes de gênero' controversos certamente não se encaixa nisso [...] Estamos expressando nossa desaprovação a essa decisão hoje e pedimos à organização que admita Imane Khelif, afinal.", declarou o prefeito.

Imane Khelif já havia sido alvo de polêmicas anteriormente, quando foi desclassificada do Mundial de 2023 - juntamente a Lin Yu-ting, atleta de Taiwan - pela Associação Internacional de Boxe (IBA), dominada pela Rússia. Na ocasião, o órgão regulador alegou que elas não passaram em testes de elegibilidade.

Apesar disso, a IBA foi banida por décadas de irregularidades e controvérsias e o Comitê Olímpico Internacional (COI) foi responsável pela organização dos dois últimos torneios olímpicos de boxe, aplicando as regras de elegibilidade de sexo usadas nas Olimpíadas anteriores. Dessa forma, Khelif e Lin puderam competir novamente nas competições de boxe.

A World Boxing foi provisoriamente aprovada como organizadora do boxe nos Jogos de Los Angeles-2028 e tem enfrentado pressão de boxeadores e suas federações para criar padrões de elegibilidade de sexo. 

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