NotíciasEsporteBanimento, prisão, sanções: torcedores repudiam equema de manipulação no futebol

Banimento, prisão, sanções: torcedores repudiam equema de manipulação no futebol

Casos de corrupção em jogos das séries A e e B do Brasileiro estão na mira do Ministério Público de Goiás

| Autor: João Grassi*

Foto: Divulgação / MP-GO

Nove apostadores e 15 jogadores profissionais já foram denunciados na Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás (MP-GO), que investiga a manipulação de jogos do Campeonato Brasileiro da Série A e da Série B.

Apesar de muitos casos terem ocorrido no ano passado, as investigações explodiram na mídia nesta semana, em meio à disputa das atuais edições do Brasileirão. A reportagem do Varelanet foi às ruas de Salvador para ouvir a opinião de torcedores sobre o escândalo.

Para o estudante Marcelo Moura, de 23 anos, tanto os jogadores envolvidos no esquema quanto as casas de apostas devem ser punidos. Natural de Ipiranga do Piauí-PI, ele afirma, porém, que os atletas deveriam ter pensado no caminho percorrido até chegarem onde estão.

"Eu acredito que o jogador deveria pesar a mão na consciência e rever o seu passado. A dificuldade que foi pro cara chegar lá, se tornar jogador, aquela série de peneiras que ele passou pra chegar lá. Entrar em conluio com uma casa de apostas, com um patrocinador e fazer uma palhaçada dessa.... A gente vive no país que já está difícil, e o cara trazer isso pra dentro do futebol, que era uma maneira de trazer alegria pra população", lamentou Moura.

"Eu acho que multa, cadeia ou até mesmo um afastamento para os jogadores envolvidos, um banimento... Eu acho que as casas de apostas devem ser penalizadas, sim, pra evitar que prejudiquem outros times ou até mesmo outras pessoas que confiam nelas ao realizarem suas suas apostas", acrescentou Moura, que é torcedor do São Paulo.

Um dos jogadores denunciados, o zagueiro Eduardo Bauermann decepcionou Jonatas Neiva, de 22 anos. Torcedor do Santos, ele afirma que jogadores devem ser punidos civilmente, não apenas com sanção esportiva. Mas defendeu a atuação das casas de apostas, as quais considera como “vítimas” de um esquema que classifica como “corrupção”.

"Acredito que o jogador é o grande culpado, juntamente com os aliciadores, que influenciam. Até no caso do meu time, o Santos, que tem um zagueiro envolvido. Quase R$ 50 mil. Ele disse que teve suas questões, que é pela família, mas nós sabemos que o salário dos jogadores já são um pouco elevados, e nós sabemos que esses R$ 50 mil seriam um ‘dinheirinho ‘pouco’”, opinou o torcedor santista.

Ele acrescenta: “Eu acho que a polícia tem que ser severa, sim. Até porque ele [o jogador põe em risco todo o time. Isso é uma corrupção porque a partir do momento que você consegue influenciar para ter algo em troca, no caso dinheiro, eu acredito que não só punição esportiva basta, tem que pagar também na Justiça comum”.

"Eu acho que as casa de aposta acaba sendo vítima porque a gente percebe que são aliciadores que estão envolvidos pra ganhar dinheiro da casa de apostas, acho que ela acaba sendo a vítima. Mas também eu acho que deve ter uma investigação porque acredito também que possa ter casas que fazem esse jogo para, por exemplo, conseguir 'limpar um pouquinho' o dinheiro”, continuou.
Nascido na Bahia mas vivendo em São Paulo, o eletricista Francisco Pereira, de 64 anos, fez uma comparação entre a política brasileira e o esporte. Ele diz acreditar, porém, que atletas serão penalizados no âmbito esportivo, sem que os casos sejam levados para a Justiça comum.

"Tem muita falcatrua no meio do futebol e hoje se torna praticamente, não dizendo que é igual, com a própria política do nosso país. Só tem sacanagem. Acho muito errado esse negócio aí, é como você ter uma família e ser contra ela. Isso desmotiva o esporte. Eu mesmo já estou desmotivado para assistir aos jogos, pois você não sabe o que pode acontecer”, declara Pereira, a favor do banimento dos envolvidos.
“Eu acho que não precisaria nem ser cadeia, porque o cara precisava tomar vergonha na cara pra não chegar a um ponto desse", opinou o mecânico.

*Sob supervisão do editor Alexandre Santos
 

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