João Fonseca, o sucessor do tênis brasileiro

O tênis brasileiro novamente aspira ao sucesso com o surgimento da atual maior promessa do esporte, João Fonseca, que já se tornou um grande e lembrado nome no tênis mundial como um dos melhores jovens no esporte. Com somente 19 anos, o brasileiro já se configura no top 30 em seu ano de estreia no circuito profissional. O carioca conquistou títulos, respeito e se tornou peça fundamental para o ressurgimento do Brasil após a mágica era de Guga, conquistando recentemente o maior título de um brasileiro após o Master 1000 de Cincinnati, em 2001, do seu próprio compatriota. Mesmo jovem, Fonseca já surpreende a todos e mostra que seu desejo é se tornar um dos grandes.   

INÍCIO DO TÊNIS

Nascido em uma família amante dos esportes, inclusive com sua mãe jogando vôlei até os dias de hoje, na categoria Master, João decidiu se dedicar ao tênis aos 11 anos de idade, após tomar um tombo jogando futebol, já que o esporte é de menor risco em relação a quedas e pancadas mais físicas. 

Com a escolha feita, Fonseca se dedicou fortemente para se tornar uma estrela, o que conseguiu. Dentro da categoria juvenil, o brasileiro conquistou o título do US Open da categoria, um dos Grand Slams do tênis, se tornando o número 1. Com o precoce sucesso, João recebeu oportunidades e convites para fazer parte de alguns campeonatos profissionais, estreando em casa, no Challenger do Rio de Janeiro, com somente 15 anos, em 2021. 

Nos dois anos seguintes, o fenômeno conquistou suas primeiras vitórias no profissional, mas ainda dividia atenções com a categoria juvenil. Contudo, após vencer o US Open - comentado anteriormente -, João decidiu dar o passo e focou somente no profissional. 

No ano de 2024, iniciando seu caminho dentro do esporte profissional, rapidamente foi achando seu espaço, conquistando, inclusive, seu primeiro Challenger, em Lexington, além de fechar o ano com a conquista da Next Gen ATP Finals, torneio que reúne os melhores tenistas do mundo abaixo dos 20 anos (sub-20) daquele ano. 

CONQUISTAS E PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Chegando com os "dois pés na porta", em janeiro, João conseguiu uma estreia de cinema na elite do tênis mundial. Em seu primeiro Grand Slam profissional, derrotou Andrey Rublev, número 9 do mundo naquele momento, na sua primeira chave do Australian Open e um mês depois, venceu seu primeiro título ATP (Associação de Tenistas Profissionais), o 250 de Buenos Aires, se tornando o brasileiro mais jovem a realizar esse feito. Devido às boas campanhas em campeonatos de renome, o brasileiro rapidamente conseguiu ingressar no TOP-100 do ranking mundial, sendo o mais jovem a tal sucesso desde Carlos Alcaraz. 

Além disso, recentemente o brasileiro conseguiu um feito inacreditável. Enfileirando títulos como a taça do Challenger, em Phoenix (EUA), e tendo participações em campeonatos de elite como Roland Garros e o conhecido Torneio de Wimbledon, João rapidamente subiu sua posição no ranking e, com o triunfo do seu primeiro ATP 500 da carreira, o da Basileia, se tornou o mais jovem a entrar no TOP-30, ocupando a 28ª posição. Falando mais especificamente sobre o título da Basileia, a conquista foi a primeira de um ATP 500 ou superior conquistada por um brasileiro desde Guga Kuerten, no torneio de Cincinnati em 2001. 

Existe um preço a se pagar quando se faz história e, para Fonseca, são as lendas e grandes nomes do atual cenário comentarem sobre seus títulos e jogos, com bastante elogios. O fenômeno da atual geração, o espanhol Carlos Alcaraz, foi um dos que comentaram sobre o carioca, principalmente ao falar sobre sua estreia em Grand Slams: "A forma como jogou sua primeira partida de Grand Slam contra seu primeiro rival do top 10 é inacreditável. A maneira como lidou com tudo, os nervos, o jogo em geral, foi fantástica. É alguém com quem eu preciso tomar cuidado, digamos assim. Ele vai chegar lá. Vamos colocar o nome de João Fonseca na lista dos melhores jogadores do mundo muito em breve".

Além de Alcaraz, duas lendas do esporte, Rafael Nadal e Novak Djokovic, também comentaram as atuações e a presença mostrada em quadra. Segundo Nadal, o brasileiro é um atleta de elite por ter uma cabeça centrada e contar com um núcleo de apoio muito forte, sua família. Já o sérvio Djokovic apontou que a tranquilidade na batida da bola, cobrindo toda a quadra, traz um grande acréscimo ao seu jogo, apontando que o Brasil não tem um grande talento desde Guga Kuerten. "Tenho acompanhado seu crescimento e amo como ele joga os pontos importantes. Corajoso, bate limpo na bola, cobre toda a quadra. Acho que o Brasil não tem um jogador desse calibre desde Guga Kuerten. É um momento empolgante para o Brasil, mas também para todo o mundo do tênis, porque ter um jogador tão jovem sendo capaz de jogar tão bem em grandes palcos é impressionante. Sou um grande fã do seu jogo. Seu futuro será brilhante se continuar desse jeito, sem dúvida", destacou o sérvio.

FUTURO 

O futuro do jovem brasileiro de apenas 19 anos é incerto quando se fala do quão grande será, mas mais do que certo ao confirmar que será um dos grandes. João vem desempenhando um papel de estrela em ascensão e que já se tornará referência e ídolo para uma geração que virá depois de você. Com seu bom desempenho, o tenista dá ao seu país natal, novamente, a visibilidade que um dia Guga dava, abrindo portas e desenvolvimentos para o tênis brasileiro. 

O esporte já é um dos mais disputados no Brasil, com campeonatos gigantes do circuito profissional mundial como o Rio Open e o desenvolvimento e aparecimento de competições até mesmo em solo baiano, como o Costa do Sauipe Open, válido pelo nível "ATP Challenger 125", que ocorreu recentemente em outubro de 2025, em Costa do Sauipe.