Hebert Conceição luta pela primeira vez no Brasil nesta sexta, em Lauro
Campeão olímpico, pugilista baiano, que subirá no ringue nesta sexta-feira (26), em Lauro de Freitas, concedeu entrevista exclusiva ao Varela Net

Foto: Éder Motta/Divulgação
O campeão olímpico Hebert Conceição irá fazer sua estreia em solo brasileiro no boxe profissional, nesta sexta-feira (26). O pugilista baiano encara o paraense Francisco Neves, mais conhecido como 'Chicão'. A luta será realizada na Arena de Esportes da Bahia, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), o antigo centro Panamericano de Judô.
O evento será iniciado às 19h, com Hebert sendo a principal atração. Para quem preferir acompanhar pela televisão, o confronto será transmitido pelo pay-per-view Combate.
Em entrevista concedida ao Varela Net, o lutador baiano falou sobre a emoção de, além da realização de sua primeira luta, poder realizar o que ele considera um sonho: um combate em sua cidade natal, Salvador.
"É uma sensação incrível estar realizando o sonho de lutar na minha terra, com apoio do meu público. A sensação é diferente sim, eu fico muito mais ansioso, a responsabilidade é maior, mas eu estou com uma expectativa boa de retribuir o carinho e proporcionar um show acima do nível", celebrou.
De acordo com Hebert, mesmo fazendo alguns ajustes para encarar cada oponente, ele diz que sempre mantém uma estratégia base em seus combates. O lutador explicou um pouco sobre seu estilo de luta.
"Eu tenho meu estilo de boxear, tenho meu jogo, mas é lógico que a gente adapta de acordo com os adversários, mas eu não posso mudar o meu jogo, meu estilo de lutar para poder enfrentar outro adversário. Eu preparo melhor o meu jogo para que ele sinta dificuldade com meu estilo de lutar, mas é lógico que eu faço algumas adaptações para cada adversário, mas a linha, a base, é sempre a mesma. O estilo é a média-longa distância, usar golpes retos, manter sempre a distância e o controle da luta", detalhou.
Principal atração, o baiano decidiu que o ingresso do evento seria beneficente. Para acessar a luta, é necessário levar 2 quilos de alimentos não-perecíveis, que serão doados para instituiões de caridade escolhidas por ele. Contudo, Hebert não descarta a possibilidade de também ajudar outras organizações.
"Sim, existe sim uma ligação, já fiz algumas visitas nas instituições que eu solicitei e vi o trabalho, como é feito com uma seriedade. Vi a importância daquelas instituições, o bem que elas fazem para nossa sociedade. Então, como eu já conhecia, tive o olhar, tive o carinho, tive a sensibilidade. Nada mais justo do que contemplar eles, priorizar eles na arrecadação dos alimentos, mas é lógico que se a quantidade for muito boa e der pra gente dividir um pouco para outras [instituições] que não conheço, será sim destinado e eu fico feliz de estar ajudando e retribuindo também de uma maneira mais ativa o carinho do povo baiano e os mais necessitados", explicou.
O baiano também falou sobre o legado que quer deixar como atleta. Ele citou a importância de nunca desistir dos sonhos e trabalhar para conquistar os objetivos.
"Minha vida mudou muito desde que eu me tornei campeão olímpico. Além de ter realizado um sonho um sonho profissional, um sonho de atleta, eu também me tornei uma grande referência, não só na minha cidade, mas no meu país inteiro. Então, o grande legado que eu posso deixar é que a gente pode vencer sim, independente da onde a gente surja. Eu que surgi de uma origem humilde e consegui vencer, consegui realizar um sonho, então estou mudando minha vida e espero deixar esse legado positivo pros jovens que estão nascendo, pros jovens que são também de famílias humildes, que é possível sim vencer e que é possível reverter situações difíceis", disse.
Hebert Conceição ainda mencionou sua luta decisiva nos Jogos Olímpicos de Tóquio, quando conseguiu uma grande reação. Após perder os dois primeiros assaltos para Oleksandr Khyzniak, o boxeador nocauteou o ucraniano e levou o ouro para casa.
"Igual a minha luta na final da Olimpíada, onde eu estava perdendo, que a gente jamais deve desistir, e é isso. A gente tem que olhar para onde queremos chegar e trabalhar neste objetivo, não ficar olhando só de onde a gente surgiu", lembrou.
*Sob supervisão do editor Rafael Tiago Nunes