Ex-diretor do Ceará desconversa sobre contato do Bahia, mas elogia o clube
Profissional deixou o Vovô na semana passada e já passou pelo Vitória em 2018

Foto: Divulgação
Após receber uma negativa de Paulo Autuori, o Bahia segue firme na busca por um nome forte para assumir o cargo de diretor de futebol. Entre os nomes que ganharam força nos últimos dias, está o do gaúcho Jorge Macedo, de 45 anos, que foi executivo de futebol do Ceará entre 2019 e fevereiro deste ano.
Jorge Macedo é um profissional com larga experiência e acumula passagens por Internacional, Fluminense e Sport. Jorge também é conhecedor do futebol baiano, onde comandou o departamento de futebol do Vitória entre junho e dezembro de 2018, ano de rebaixamento do Rubro-Negro para a Série B do Brasileiro.
O dirigente, que deixou o Ceará após o time ser eliminado no Campeonato Cearense deste ano pelo Iguatu, falou sobre a saída do Vovô e disse não ter sido procurado ainda pelo Bahia, mas não descartou o clube como uma possibilidade de mercado.
"Saí na semana passada. Foram duas temporadas muito intensas, onde praticamente não paramos nunca, sem férias e um trabalho muito grande de crescimento do clube em todos os departamentos e muitos projetos. Cheguei no Sul (do país) e estou com a minha família. A ideia inicial era descansar um tempo, mas se surgir algum projeto que seja interessante e desafiador vamos ouvir e pensar", disse Jorge, que completou: "Não fui procurado (pelo Bahia). Mas, com certeza, [uma proposta do Bahia] é algo a ser analisado. Bahia é um dos grandes do futebol brasileiro".
Amizade
Um fator que pode pesar na chegada do dirigente é a boa relação com o treinador Guto Ferreira. Os dois trabalharam juntos no Ceará e no Internacional e mantém um boa relação, como afirma Jorge Macedo. "Trabalhei com o Guto no Ceará e no Inter. Temos uma boa relação", disse ele, que completou:
"O guto está tentando fazer uma equipe competitiva [no Bahia], fez bons jogos na reta final do Brasileiro (Série A) e com alguns reforços, principalmente no setor ofensivo, tem plenas condições de obter o acesso [para a Série A do Brasileiro]. Precisa de uma sintonia maior com o seu torcedor, que na verdade é o maior patrimônio do clube".
Sobre a má fase do Bahia nesse início de temporada, Jorge Macedo se esquivou: "Não tenho como opinar, pois estou distante e não sei a verdadeira realidade".
Porém, ciente do tempo que o Tricolor está sem um diretor de futebol, são quase três meses, Jorge aproveitou para falar sobre a função, principalmente num momento em que o cargo de "manager" ganha cada vez mais força no futebol mundial e o executivo de futebol tem ficado obsoleto em alguns nichos.
"O diretor é fundamental no clube, pois é o responsável direto por colocar em prática e fiscalizar o planejamento do clube e um facilitador de todas as áreas, aumentando a comunicação entre comissão técnica e todos os departamentos, um elo entre os atletas e a diretoria. Sendo uma referência para os atletas, assim facilitando todos os processos e diminuindo muito o ruído da comunicação, e também a pessoa que vai ao mercado para buscar os reforços para o elenco", explicou.
Bons números
Jorge Macedo chegou ao Ceará em 2019, com o time na Série A do Campeonato Brasileiro. Com ele no comando executivo de futebol, o time cearense conquistou a seguintes colocações no Brasileirão: 16º em 2019, 11º em 2020 e 11º em 2021.
"Dois campeonatos brasileiros com mais de 50 pontos conquistados, a melhor campanha da história do clube no Brasileirão. Além disso, obteve a classificação para Copa Sul-Americana por dois anos consecutivos e também o título invicto da Copa da Nordeste, além de um vice, também do Nordestão", exaltou os seus feitos Jorge Macedo.
"Conquistamos também o título no Brasileiro de aspirantes e, pela primeira vez, tivemos três jogadores convocados para as seleções de base. No Ceará, conseguimos realizar venda direta de atletas para Ásia e Europa, fortalecendo o caixa do clube num momento tão importante, tendo em vista que a pandemia diminuiu as receitas dos clubes. No nossa gestão, também criamos o departamento psico-social e os departamentos de análise de desempenho e de mercado. Tivemos ainda investimentos em infraestrutura: uma nova academia, DM e melhorias nos gramados. Também realizamos a integração dos setores ligados ao futebol, gerando rapidez nos processos internos e nas respostas, tivemos um jogador na seleção do Campeonato Brasileiro de 2020, como melhor meia que chegou com custo zero para o clube (Viniícus, o Vina). Foram muitas coisas", finalizou, vendendo o peixe.