NotíciasEntretenimentoSão João: Show de Alok e 'esquecimento' de artistas locais geram críticas na web

São João: Show de Alok e 'esquecimento' de artistas locais geram críticas na web

DJ brasileiro, contratado com cachê de cerca de R$ 500 mil, foi atração na cidade de Serrinha

| Autor: Redação

Foto: Reprodução Instagram

Após dois anos consecutivos sem festas juninas em todo o Brasil, por conta da pandemia da Covid-19, o anúncio da contratação do DJ brasileiro Alok para uma apresentação no São João de Serrinha, a 175 km de Salvador, no último dia 23, gerou muita polêmica e uma chuva de críticas à prefeitura da cidade.

O principal questionamento é justamente em cima do investimento de cerca de R$ 500 mil (valor do cachê do artista) para ter o show de Alok em solo baiano e pelo gênero eletrônico não ter nenhuma relação com a época e com o Nordeste.

Nas redes sociais, muitos internautas e influenciadores digitais pediram uma maior valorização de bandas e artistas locais, dependem financeiramente do período junino e que acabaram sendo deixados de lado, preteridos pela gestão municipal. 

Ao invés de arrasta pé, galope, do forró pé de serra e dos tradicionais trios nordestinos, a escolha foi pela música eletrônica, indo contra a tradição e a valorização da cultura nordestina. 

O influencer e publicitário Pedro Valente, que tem mais de 86 mil seguidores no Instagram, criticou a escolha pela música eletrônica ao invés da fomentação da cultura nordestina.

"Nada contra o artista [Alok], que inclusive é um humanista, um artista respeitado no mundo inteiro, mas eu pergunto: o que nós estamos fazendo com as nossas tradições, com a nossa cultura popular? Tem artista nordestino, de forró, de galope, que vive basicamente dessa época do ano. E ainda mais agora, depois de dois anos de pandemia que eles estão tentando, ali, se manter, lutando, manter a sua estrutura de banda etc", começou Valente, que seguiu:

"Alok, música eletrônica, no interior da Bahia, onde o povo também espera o ano inteiro para dançar um forró. Eu fico imaginando aquelas senhorinhas, aqueles senhorzinhos que vão para a praça principal da cidade pra esperar um arrasta pé, um xote, uma quadrilha, e aí: 'tutz, tutz...'. Minha gente, o que é isso? Cadê nossas referências?", comentou o influencer.

Pedro Valente ainda aproveitou para dar uma sugestão para os gestores municipais: "A gente precisa aprender muito com os nossos irmãos pernambucanos. Vá lá perguntar se no meio do Carnaval de Olinda, se toca alguma coisa que não seja frevo? É muito triste que a nossa cultura que é tão valorizada lá fora, seja tão desvalorizada aqui dentro".

Histórico
Vale lembrar, que há cerca de três anos, uma discussão entre as cantoras Elba Ramalho e Marília Mendonça ganhou repercussão em todo o Brasil sobre a "invasão" do sertanejo no São João. O desentendimento chegou até o forrozeiro cearense Alcymar Monteiro, que também se envolveu na confusão.

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