Ex-presidente do Banco Central critica política econômica do Governo Lula; entenda
O economista afirmou que o risco fiscal pode levar o Brasil à uma crise de grandes proporções

O economista Armínio Fraga criticou a política econômica do Governo Lula |Foto: Dado Galdieri/Bloomberg (1) | Ricardo Stuckert/PR (2)
Nesta segunda-feira (6), o economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central (BC), afirmou que o risco fiscal - processo que se dá pela relação entre gastos e receitas do governo federal - pode levar o Brasil a uma crise de grandes proporções. A declaração de Fraga aconteceu durante comentários sobre a palestra do atual presidente do BC, Gabriel Galípolo, no ciclo de debates “O Brasil na visão das lideranças públicas”.
De acordo com Armínio Fraga, a atual política fiscal brasileira é “suicida” e o país vive “um risco enorme”.
O economista comparou a situação econômica brasileira atual com a da época em que aceitou o convite para assumir o Banco Central, durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso na presidência da República.
“O que fez a diferença nas conversas foi a confiança que o presidente me passou em relação à política fiscal [...] Hoje, vejo uma situação diferente que é preocupante”, afirmou Armínio.
“Muita gente começa a usar termos como dominância fiscal”, disse Fraga em relação a uma política fiscal do governo que limita a eficácia da política monetária, impedindo o Banco Central de controlar a inflação, mesmo com o aumento dos juros.
Além disso, o economista citou como agravante desse quadro o fato de o Brasil ter juros reais de 10% ao ano, mesmo que a economia que tenha exibido ganhos de produtividade “incrivelmente modestos”, com investimentos baixos. Ainda, ele destacou que, na atual conjuntura, o “tema fiscal é de longe o mais importante e as taxas de juros são um sintoma inequívoco”.