Kâhu Pataxó, liderança indígena, denuncia violência policial contra comunidade

 

Diversas personalidades políticas e locais participaram do tradicional desfile de 7 de Setembro, dentre elas, a liderança da região da Aldeia Coroa Vermelha e Secretário Executivo da Federação Indígena das Nações Pataxó e Tupinambá do Extremo Sul da Bahia (FINPAT), Kâhu Pataxó, que conversou com o Varela Net a respeito da violência que sua comunidade vem sofrendo nos últimos dias.
 
Kâhu explicou que sua participação no evento é uma forma de protesto pelos seus companheiros que se foram, e denunciou o homicídio de um jovem indígena. "Nós aproveitamos esse momento aqui, pra gente poder dar um grito de socorro, porque as comunidades do estado da Bahia, estão sendo atacadas por milícias, por pistoleiros. A gente já teve um adolescente que foi assassinado lá na nossa região, então saímos de lá e viemos pra cá pra Salvador pra dar esse grito de socorro."
 
Além disso, o líder indígena também revelou a presença de policiais militares nas comunidades, não exercendo o papel deles como autoridade responsável por proteger a região, mas supostamente como parte do grupo que realizou os ataques.
 
"A gente sabe que tem envolvimento de fazendeiros, inclusive, existe uma organização deles, não só de nível local, mas de nível nacional, e a gente tem a informação de que existem polícias militares também envolvidos na situação, ou seja, são milicianos.”
 
“Nesse ataque que teve lá, que acabou tirando a vida desse adolescente havia a utilização de bomba de efeito moral, isso é de exclusividade de uso da Polícia Militar, ninguém que é pistoleiro vai levar gás pra fazer um ataque como esse”, afirmou.
 
Quando questionado se o governador Rui Costa (PT) havia prestado suas condolências ou se pronunciado de alguma forma sobre os últimos acontecimentos, a resposta de Kahu foi negativa.
 
"Olha, a gente não teve posicionamento nenhum do governador até então, ele não se coloca em nada, isso é uma preocupação pra gente porque todo dia é um ataque e não tem a presença do estado enquanto polícia pra poder fazer a segurança”
 
“Ontem nós sofremos um novo ataque, duas comunidades foram atacadas. Até então, as últimas informações que a gente tem é que a comunidade, ao ser atacada, ela conseguiu sair da localidade, inclusive, casas foram arrombadas, animais deles foram alvejados, mas até então a gente não tem notícia de nenhum parente alvejado”, lamentou.

 

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