Jovem relata hemorragia ocular após uso de pomada modeladora em Salvador
Beatriz Portela, de 28 anos, disse que ficou um dia inteiro sem conseguir enxergar

Foto: Arquivo pessoal
Mais um caso alarmante envolvendo uso de pomadas modeladoras para cabelo foi divulgado nesta terça-feira (31). A assistente social Beatriz Portela, de 28 anos, sofreu hemorragia ocular e teve a córnea danificada após utilizar o produto. O caso aconteceu no dia 27 de novembro, em um festival de Salvador. As informações são do g1.
O produto capilar utilizado por Beatriz é da marca Muriel Cosméticos, que era liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na época. No entanto, o órgão decretou a interdição cautelar da pomada no dia 18 de janeiro deste ano.
Apesar da medida tomada pela Anvisa, o produto continua sendo comercializado por meio do site da marca. O Varelanet entrou em contato com a assessoria da Muriel e aguarda mais informações.
"Eu fiz o penteado e, como meu cabelo é bem crespo, passei bastante pomada. Estava chovendo muito na festa e começou a escorrer. Aí meu olho começou a irritar muito. Como eu estava com lente de contato, eu achei que a irritação era por causa da lente. Eu nunca tinha ouvido falar nessa irritação por causa da pomada", contou Beatriz.
De acordo com a assistente social, o estado do olho ficou ainda mais grave no dia seguinte, apesar de ter lavado a superfície ocular com água abundante.
"Quando acordei estava muito pior. Eu fui lavando com soro e foi piorando. Eu então fui na emergência do Hospital da Bahia e quando cheguei lá, estava lotado. A médica que me atendeu falou que já tinha atendido mais de 20 meninas com a mesma situação: irritação profunda nos olhos. Aí ela perguntou se eu tinha usado a pomada e eu disse que sim. Foi aí que eu descobri que tinha sido por causa disso".
Visão comprometida
Após ser atendida e medicada, Beatriz precisou voltar à emergência. "No dia 29 [de novembro], eu já não conseguia abrir mais o olho. Eu estava usando uma lente de curativo, porque a médica disse que minha córnea estava muito danificada. Mas meu olho simplesmente não abria. Aí voltei desesperada para a emergência e outro médico que estava lá me avaliou de novo. Ele passou três colírios, pomada e disse que meu olho estava comprometido".
De acordo com a assistente social, ela ficou sem enxergar durante um dia inteiro. Quando conseguiu abrir o olho, Beatriz notou que estava saindo sangue.
"Eu só consegui abrir os olhos no dia 30 [de novembro] de tarde. Fiquei mais de 24 horas sem conseguir enxergar nada. Quando eu achei que estava melhor, tive uma hemorragia no olho direito, fiquei lacrimejando sangue. Aí eu voltei na emergência pela terceira vez e continuei usando medicação. Fiquei cerca de um mês com a visão comprometida, oito dias afastada do trabalho, e quando voltei não consegui nem apresentar uma reunião no trabalho", disse ao g1.
Beatriz afirmou que separou notas fiscais e relatórios médicos com o objetivo de denunciar a marca, mas desistiu. "Achei que não valia o desgaste. Eu vi depois um caso no Rio de Janeiro, que não tinha dado em nada, então desisti".
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