NotíciasCidadeHomem morto na Estação Pirajá celebrou saída da prisão horas antes

Homem morto na Estação Pirajá celebrou saída da prisão horas antes

O pedreiro Diego Santos de Souza deveria estar em liberdade há três meses. Ele só conseguiu deixar a prisão graças a um mutirão penal da Cadeia Pública, da Defensoria Pública da Bahia

| Autor: Redação

Foto: Reprodução / Defensoria Pública

Morto durante um ataque na Estação Pirajá na sexta-feira (1º), o pedreiro Diego Santos de Souza, 35 anos, logo após deixar o sistema prisional já deveria estar em liberdade há três meses. Ele só conseguiu deixar a prisão graças a um mutirão penal da Cadeia Pública realizado pela Defensoria Pública da Bahia.

Segundo a Defensoria, Diego havia adquirido o direito de sair prisão há três meses, para responder ao processo em liberdade, que corria na 3ª vara de violência doméstica de Salvador.

Em um vídeo gravado pelo órgão, o pedreiro comemora liberdade. “Eu estava com o alvará na casa [na cadeia pública], só que não foi cumprido. Fiquei esquecido pelo sistema, mas graças a Deus, ao mutirão da Defensoria Pública da Bahia, conseguiram me localizar e me resgatar. Ninguém havia me chamado para dar a minha liberdade”, comentou Diego. Além dele, outras duas pessoas foram liberadas durante o atendimento.

A Polícia Civil investiga o caso. Nenhum suspeito foi preso até o momento.

Repúdio da Defensoria

Em nota publicada nas redes sociais, a Defensoria Pública da Bahia lamentou a morte de Diego Santos e também a situação das três mulheres e três homens feridos no atentado. O órgão também criticou a forma como as pessoas estavam se referindo ao egresso do sistema penal. Foi ressaltado ainda que Diego não possuía antecedentes outros, que cumpria prisão provisória, e que ainda estava resguardado pelo princípio de presunção da inocência, participando do devido processo legal da ação.

"O vídeo de Diego levanta o debate sobre as pessoas que estão esquecidas no sistema prisional, apenas enquanto estão lá, e que quando saem são encontradas pela violência".

"Mostra o preconceito, quando, em qualquer circunstância em que a pessoa sofra uma violência, é levantada a hipótese, sem nenhuma informação, de que ela deveria ter merecido aquilo ou que estaria envolvida com algo mais grave. É uma tentativa de justificar a violência sofrida, que é injustificável", completou o órgão.


 

 

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