NotíciasCidadeGreve: Professores reivindicam reajuste salarial e melhor infraestrutura

Greve: Professores reivindicam reajuste salarial e melhor infraestrutura

Categoria e alunos falaram com o Varela Net sobre as negociações e o impacto da ação coletiva na rede de ensino

| Autor: Vinicius Viana*

Foto: Domingos Junior/ Varela Net

Centenas de professores da rede municipal de ensino de Salvador se reuniram na manhã desta quarta-feira (19), na Praça Municipal, no Centro Histórico, em frente à Prefeitura de Salvador, para oficializar a greve da categoria por tempo indeterminado. Os profissionais da educação decidiram entrar em greve com o intuito de conseguir o reajuste salarial de 33,24%, tendo como base o piso salarial nacional dos professores.

O Varela Net conversou com a categoria e alunos que falaram sobre as negociações e o impacto da ação coletiva na rede de ensino da capital baiana. O professor e presidente do sindicato dos professores (APLB), Rui Oliveira, falou sobre o diálogo com os gestores da prefeitura para que a proposta de reajuste de 33,24% seja aceita. 

“Olha, nós estamos há dois meses dialogando com a prefeitura. Já tivemos reunião com Bruno Reis, prefeito de Salvador, com Marcelo Oliveira, secretário de educação, com Thiago Martins, secretário de gestão. Tem 6 anos que não temos reajuste salarial.  O governo insiste em nos dar uma merreca de 6%, por isso essa intransigência leva a greve na rede municipal de Salvador”, declarou Rui. 

Rui Oliveira ainda falou sobre a proposta de reajuste de 11,37% feita pelo secretário de educação Marcelo Oliveira. “Ele está se referindo às duas gratificações que os trabalhadores da categoria têm direito, que não cobre os aposentados. Então, isso vai ser discutido na assembleia e, provavelmente, vai ser rejeitada”, revelou com exclusividade.

Neila Caroline, 14 anos, estudante da rede municipal, falou sobre o impacto da greve, do seu comprometimento em manter os estudos para não perder o ano letivo e o estado da escola onde estuda. 

“Me sinto preocupada, porque a gente ficou um bom tempo tendo aulas online e também não adiantou em nada, porque o que ajuda a gente é a aula presencial, a gente aprende muito mais. Tendo que parar de novo é um absurdo”, declarou com indignação.  A estudante ainda pontuou sobre o estado da unidade onde estuda. “Escola com má estrutura pra gente, sala suja, merenda de péssima qualidade. Eles (prefeitura) deveriam racionalizar sobre isso”, completou. 

Soraia Guerra, de 56 anos e professora há mais de 20 anos, desabafou sobre as dificuldades enfrentadas pelos pedagogos nas unidades de ensino da prefeitura de Salvador.

“Dificuldades de ordem administrativa, estrutural e pedagógica. Nós reivindicamos sempre a valorização do professor e isso não tem só com base econômica, mas a estrutura. As escolas recém reformadas não tem estrutura adequada, exemplo: salas abafadas, acústica ruim e ventiladores barulhentos”, pontuou.

O professor e vereador Augusto Vasconcelos (PDT) afirmou que a greve dos professores é culpa da atual gestão municipal. “Sempre negligenciou a educação do município. Fecharam 44 escolas da educação de jovens e adultos. Não tem auxiliares de desenvolvimento infantil (ADI) e falta infraestrutura na maioria dos prédios da rede municipal. Então, é por tudo isso que os profissionais da educação estão lutando”, completou.

 

*Sob a supervisão do editor Rafael Tiago Nunes

 

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